
Descrever as principais reações adversas relacionadas à doação de sangue, assim como identificar o perfil do doador e elencar as características do doador de sangue que podem favorecer estes eventos.
Material e métodosEstudo descritivo, documental e de abordagem quantitativa com dados extraídos de fontes secundárias (software do serviço) de um banco de sangue privado no período de janeiro a junho de 2023.
ResultadosNo período do estudo foram realizadas 11.489 doações de sangue, em que 94,5% foi de sangue total. As reações adversas aconteceram em 36 doações, que representou o índice de 0,3%, e todos doadores eram de sangue total. A reação vaso vagal foi o único tipo de evento adverso identificado, cujas principais manifestações clínicas foram: hipotensão, náuseas, vômitos, sudorese, tontura e palidez. A mediana de idade desses doadores foi de 25 anos (17 a 59 anos) e o sexo feminino representou 72% da amostra. Quanto à frequência de doação, 64% eram doadores de primeira vez, 30% esporádico e 6% de repetição, e o principal motivo da doação foi a reposição de estoque de sangue (58%).
DiscussãoAs doações de sangue geralmente são simples e seguras, e ocorrem sem qualquer tipo de intercorrência. Porém, doadores podem apresentar reações adversas (RAs) durante ou após a doação de sangue com gravidade variada. A maioria das RAs são leves, como as relacionadas à flebotomia, mas outras podem levar a desfechos clínicos mais complexos, como reações vaso-vagais, que favorecem à diminuição da probabilidade de doação subsequente. Por isso, a importância de conhecer o perfil das RAs para implantação de medidas que atenuem a sua ocorrência. Os resultados do estudo evidenciaram uma incidência de 0,3% de RAs no período analisado e as mulheres, jovens, em sua primeira doação de sangue foi o perfil mais acometido em concordância com a literatura. A reação vaso vagal foi o tipo de RA mais comum e medidas preventivas podem ser instituídas com intuito de reduzir a sua ocorrência e incentivar a maior frequência de doadores de repetição.
ConclusãoDoadores de primeira vez, jovens e do sexo biológico feminino parecem apresentar maior risco de RAs à doação de sangue, apesar do índice ser baixo. O monitoramento sistemático da ocorrência das RAs é fundamental para minimizar as complicações da doação de sangue e favorecer o retorno desse doador ao banco de sangue.