
A COVID-19 é uma doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2, descoberta em dezembro de 2019 na China. A maioria dos indivíduos infectados desenvolvem quadros leves sem necessidade de hospitalização, idosos e portadores de comorbidades são suscetíveis à forma mais grave da doença, compondo os “grupos de risco”. A fim de conter a propagação da doença, vacinas foram desenvolvidas para induzir memória imunológica contra o vírus na população. Entretanto, estudos sobre a efetividade dessa imunização em idosos, em cenários não controlados, ainda são escassos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta imunológica conferida pela vacina contra a COVID-19 em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos de Sergipe (ILPI).
Material e MétodosForam incluídos no estudo os idosos institucionalizados que receberam o esquema vacinal completo da CoronaVac, bem como os profissionais que atuam no local. Um questionário estruturado foi elaborado, e os cuidadores e responsáveis dos idosos forneceram as informações necessárias para seu preenchimento. Amostras de sangue periférico foram coletadas 30 dias após o esquema vacinal completo para a realização da sorologia para COVID-19 por imunoensaio de fluorescência (FIA).
ResultadosOs participantes foram divididos em dois grupos: idosos institucionalizados com 60 anos ou mais (n = 50), e trabalhadores da mesma instituição com menos de 60 anos (n = 34). A média de idade do grupo dos idosos é de 86,94±8,90 anos, no grupo dos profissionais a média foi de 44,24 ± 8,02 anos. Os resultados do presente estudo demonstram que não houve detecção de anticorpos IgM em 20% dos idosos e 23,53% dos trabalhadores da ILPI 30 dias após imunização completa, não apresentando diferença significativa entre os grupos. Em contrapartida, foi possível detectar anticorpos IgG em 48% dos idosos, em contraste com o resultado obtido para os profissionais (97,06%), denotando uma diferença significativa entre os grupos.
DiscussãoEstes achados parecem demonstrar uma resposta menor da produção dos anticorpos ao imunizante nos idosos quando comparados aos profissionais da instituição, o que pode ser explicado pelos efeitos negativos provocados no sistema imunológico dos idosos pela imunosenescência, visto que alguns autores acreditam que essa população pode ser mais suscetível à inefetividade de vacinas desenvolvidas para populações jovens, de modo geral, e por isso necessitam de maior atenção.
ConclusãoEste estudo demonstrou que a resposta imunológica, no período após 30 dias, foi menor nos idosos institucionalizados, quando comparada ao grupo de indivíduos mais jovens, possivelmente devido a diversos fatores como idade, presença de comorbidades e imunosenescência.