
Este estudo tem como objetivo investigar a relação entre a redução na contagem de plaquetas e a frequência de doações de plaquetas por aférese em doadores que realizaram seis ou mais doações no intervalo de doze meses.
MétodosFoi realizada uma análise retrospectiva dos dados dos doadores de plaquetas por aférese registrados na base de dados de um banco de sangue privado localizado em Salvador, BA. O período de estudo abrangeu de 01 de julho de 2023 a 30 de junho de 2024. Foram incluídas todas as doações realizadas dentro deste intervalo. A variação na contagem de plaquetas foi avaliada para os doadores que realizaram seis ou mais doações durante o período.
ResultadosNo total, 346 indivíduos realizaram doações de plaquetas por aférese durante o período estudado. Dentre estes, 52 doadores efetuaram seis ou mais doações, com um máximo de 13 doações por indivíduo, totalizando 140 doações. Entre as 140 doações, três não tiveram a contagem de plaquetas registrada devido a inaptidões na triagem clínica. Assim, foram analisadas 137 doações, das quais apenas três (2,2%) apresentaram contagem de plaquetas inferior a 150.000 plaquetas/μL. Todas essas três doações ocorreram em doadores que haviam realizado menos de dez doações. A análise adicional do volume das doações revelou que não houve tendência para que doadores de plaquetas duplas (volume superior a 400 ml) passassem a doar plaquetas simples (volume até 399 ml) com o aumento da frequência de doações.
DiscussãoEste estudo examinou a relação entre a frequência de doações de plaquetas por aférese e a variação na contagem de plaquetas em doadores que realizaram seis ou mais doações em um intervalo de doze meses. Observou-se que a realização de até treze doações anuais não impacta negativamente a contagem de plaquetas da maioria dos doadores, indicando que o organismo é capaz de se recuperar adequadamente entre as doações. Além disso, não houve tendência de mudança para volumes menores com o aumento da frequência de doações, sugerindo que o volume coletado é sustentável ao longo de várias doações. Esses achados corroboram estudos anteriores sobre a capacidade regenerativa das plaquetas e a segurança da doação frequente, desde que os doadores sejam monitorados adequadamente.
ConclusãoA maioria dos doadores que realiza seis ou mais doações anuais mantém contagens de plaquetas adequadas, e a capacidade de regeneração das plaquetas parece ser suficiente para suportar doações frequentes sem comprometer a saúde dos doadores. A estabilidade na capacidade de doação reforça a viabilidade de manter doadores regulares sem necessidade de alterar a quantidade de plaquetas coletadas. Este estudo oferece dados que podem ser usados para aprimorar práticas e políticas de doação, garantindo um estoque adequado de plaquetas para os pacientes necessitados.