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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S217-S218 (Outubro 2022)
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AVALIAÇÃO DA REATIVAÇÃO DE HEPATITES B E C EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA TRATADOS COM INIBIDORES DE TIROSINOQUINASE
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NSO Silvaa, SRCD Reisb, GO Duarteb, SS Medinab, FVP Souzab, CA Souzab, KBB Pagnanob
a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Introdução

A reativação de hepatite B e C pode ocorrer durante o tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC) com inibidores de tirosinoquinase (ITQ).

Objetivos

Avaliar a prevalência de hepatite B (HBV) e C (HCV) em pacientes com LMC e a taxa de reativação de hepatite nesta população durante o tratamento com ITQ, tendo em vista o aumento da prevalência de LMC e a ausência de dados brasileiros sobre a reativação.

Materiais e métodos

Foram incluídos no estudo todos os pacientes portadores de LMC tratados com ITQ em um único centro entre 2000 e 2022. Foram coletados dados prontuários sobre o status sorológico da HBV e HCV ao diagnóstico da LMC e sobre a ocorrência de reativação durante o tratamento. Foram colhidas novas sorologias de hepatite (ELISA) nos pacientes com mais de 5 anos de uso de ITQ.

Resultados

Entre outubro de 2019 e fevereiro de 2022, foram analisados 249 pacientes (56 óbitos, 5 perdas de seguimento e 188 em tratamento). A mediana da idade ao diagnóstico foi de 48 anos, 149 (59.8%) homens; 219 (87.9%) pacientes em fase crônica, 18 (7.2%) em fase acelerada e 10 (4%) em crise blástica. O tratamento de primeira linha foi feito com: imatinibe (n = 231; 92.7%), nilotinibe (n = 8; 3.2%), bosutinibe (n = 6; 2.4%) e dasatinibe (n = 2; 0.8%). A troca para um segundo ITQ foi feita em 85 (34.1%) pacientes. Ocorreu hepatotoxicidade em 77 (31%) pacientes, cujas causas estão relacionadas à reativação de HBV (n = 1; 0.4%), uso de imatinibe (n = 65; 26.1%) e de nilotinibe (n = 11; 4.4%). Durante o tratamento com ITQ, o status sorológico de HBV foi avaliado em 225 (90.4%) pacientes e o de HCV em 215 (86.3%). Foram constatados 2 casos (0.8%) de hepatite B crônica ativa ao diagnóstico de LMC, com HBsAg e anti-HBc reagentes: um deles foi tratado, apresentou remissão e faleceu por complicações de um TMO; enquanto o outro paciente segue em tratamento e apresentou remissão. Identificou-se a presença de 3 (1.2%) casos anti-HBc positivo e HbsAg/anti-HBs negativos, o que indica a exposição ao vírus da hepatite B. Um deles foi à óbito por progressão da LMC e os outros dois pacientes fazem acompanhamento. Por fim, o estudo revelou um caso (0.4%) de reativação de hepatite B em que o paciente, proveniente de outro centro, não foi testado ao diagnóstico. A reativação ocorreu durante o tratamento com imatinibe, que foi interrompido por 4 meses até a normalização das enzimas hepáticas. O paciente foi tratado com entecavir e apresentou PCR para HBV indetectável após 2 anos de tratamento. Nenhum caso foi anti-HCV positivo.

Discussão

a prevalência de HBV parece ser semelhante à da população normal e casos de HCV não foram identificados. O uso de ITQ representa um risco aumentado para reativação de HBV e a presença de anti-HbsAg pode não ser protetora contra esse fenômeno.

Conclusões

uma vez que a reativação da hepatite viral pode ocorrer durante o tratamento com ITQ, a investigação ao diagnóstico da LMC é mandatória para detectar portadores crônicos ou infecção ativa. Dessa forma, é possível tratar precocemente para prevenir a reativação e evitar interrupções no tratamento da LMC.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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