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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S410 (outubro 2024)
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AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA DA PODOPLANINA EM PACIENTES COM LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA
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CRP Moraesa, CMA Saraivaa, IT Borba-Juniora, IM Tonia, BKL Duarteb, PM Camposb, STO Saada,b, KBB Pagnanoa, EV Paulaa,b
a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Introdução

A leucemia promielocítica aguda (LPA) é marcada por uma coagulopatia intensa, responsável por uma taxa elevada de hemorragias e óbitos, contrastando com o prognóstico relativamente favorável dessa leucemia em outros aspectos. A podoplanina (PDPN), uma proteína associada à ativação plaquetária em processos inflamatórios, emerge como um fator chave nessa coagulopatia. Especula-se que a expressão anômala dessa proteína pelas células leucêmicas explique, em parte, a gravidade dessa complicação.

Objetivo

Quantificar a expressão gênica de PDPN em pacientes com LPA através de do PCR em tempo real de células leucêmicas obtidas da medula óssea ao diagnóstico, e explorar o papel da PDPN na ativação plaquetária.

Materiais e métodos

Amostras dos pacientes com LPA foram obtidas no momento do diagnóstico no Hospital das Clínicas da Unicamp. Amostras do biobanco de 21 pacientes com outras LMAs pareadas por idade e sexo foram utilizadas para análises comparativas. Dados clínicos e laboratoriais foram extraídos dos prontuários. A expressão de PDPN foi quantificada por PCR em tempo real. Para o ensaio in vitro da ativação plaquetária foi realizada agregação plaquetária com amostras de 6 indivíduos saudáveis, com pré-estimulo de PDPN recombinante na concentração de 3 μg/mL em sangue total por 1 hora a 37°C. A agregação plaquetária por transmissão de luz após estímulo com 1,25 μM de ADP foi avaliada na sequência. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e todos os participantes forneceram consentimento informado por escrito.

Resultados

Foram incluídos 52 pacientes com LPA e 21 pacientes com outras LMAs. A proporção de pacientes com LPA nos grupos de risco baixo, intermediário e alto foram respectivamente, 4, 29 e 19 pacientes. Os níveis de fibrinogênio foram inferiores nos pacientes com LPA quando comparado as outras formas de LMAs (107 (52,2-408,0) vs 407 (177,3-638,2) mg/dL, U = 39; p < 0,0001). A contagem de plaquetas também apresentou-se significativamente menor na LPA (21.000 (3.000-89.000) vs 38.000 (5.000-148.000)/μL, U = 323,5; p = 0,006). A expressão de PDPN foi significativamente maior nos pacientes com LPA em comparação com outras formas de LMAs (0,384 (0,01-20,9) vs 0,0 (0,00-0,01) fold change, U = 25; p < 0,0001). A acurácia diagnóstica da expressão gênica da PDPN para segregação da LPA de outras formas de LMAs foi de AUC 0,97 (95% CI: 0.94-1.0; p < 0.0001). O pré-estímulo com PDPN recombinante resultou em aumento da agregação plaquetária mediada por ADP (86,6 ± 2,9 vs 68,9 ± 10,7 %; p = 0,009). A expressão gênica de PDPN não foi associada com desfechos clinícos ou laboratorais nesta população.

Discussão e conclusão

A expressão gênica de PDPN é marcantemente aumentada na LPA, segregando com elevada acurácia diagnóstica a LPA de outras formas LMAs. O efeito da PDPN sobre a ativação plaquetária foi confirmado em nosso estudo em amostras de sangue total, reforçando o papel potencial desta proteína na coagulopatia da LPA.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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