
A necessidade de ajustes de estoques de hemocomponentes para atendimento a pacientes é um ponto crítico dentro dos hospitais, uma vez que os componentes celulares do sangue seguem sem substituto sintético. A doação de sangue voluntária segue sendo a forma de obtenção dos hemocomponentes, tornando dessa forma, a preocupação com a saúde do doador um ponto sensível. A validade curta e a utilização de dose para efetividade terapêutica, fazem das plaquetas, o maior desafio de estoque das unidades transfusionais. A estratégia da coleta por aférese se faz fundamental para a otimização de estoques necessários, e com isso, a segurança desse doador se torna uma prioridade para o Centro produtor, que segue constantemente com a avaliação do mais adequado intervalo e número de doações seguras e sem repercussão para o doador de aférese.
ObjetivoIdentificar possíveis mudanças na condição clínica e na contagem plaquetária de doadores de plaquetas por aférese de repetição ( mais do que 5 doações por ano) que ocorreram no BSST em 2023.
MetodologiaAnalisamos a contagem plaquetária de 30 doadores, no momento de sua convocação para doação no ano de 2023, assim como seu comparecimento sem doação no BSST.
ResultadosDoadores do sexo masculino : 26. Idade média: 42,6 anos( 24- 67 a.). Média de 8, 11 doações ano ( 7- 10 a.); Contagem média plaquetária por doação: 199.590. Apenas 2 tiveram variação da primeira a última doação para valores superiores ( 10 e 18%), o restante apresentou diminuição da contagem em torno de 18,4% ( 2,7 até 37,5%). Apenas 2 doadores tiveram um comparecimento sem doação efetiva e ambas foram por apresentarem plasma lipêmico na amostra. Doadores do sexo feminino: 6. Idade média: 53,5 anos ( 42- 60 a.). Contagem média plaquetária por doação: 257,060. Média de 8,5 doações ano por doadora ( 8- 9 a.). Nenhuma das doadoras apresentaram variação da primeira a última doação para valores superiores ao inicial. A média de diminuição da contagem foi em torno de 19,65% ( 8,9 a 33%). Não houve comparecimento sem doação nesse grupo no período analisado.
DiscussãoEmbora a legislação vigente permita a doação com intervalo de 48h entre as mesmas, respeitando o máximo de 24 ao ano, na nossa unidade, somente permitimos intervalo mínimo de 21 dias entre as doações, gerando o máximo de doação permitidas ao ano, em torno de 17. Nenhum desses doadores analisados chegaram ao máximo estabelecido, podendo gerar um viés nessa avaliação de segurança.
ConclusãoNão observamos nessa análise, que a rotina (intervalo e critérios) para convocação e permissão para doação de plaquetas por aférese vigente no BSST tenha gerado impacto negativo ou preocupante sobre os doadores regulares de plaquetas por aférese.