Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S958 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S958 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO PROTOCOLO INSTITUCIONAL DE RESERVA PRÉ-OPERATÓRIA E A UTILIZAÇÃO DE HEMOCOMPONENTES PARA CIRURGIAS ELETIVAS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Visitas
384
MC Queiroz, YPP Santos, ME Bezerra, GR Mantovano, PHG Armani, I Zampieri, ANE Sato, HM Souza, FB Vito, LR Oliveira
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivo

Avaliar a relação entre as reservas de hemocomponentes (HCP) feitas ao banco de sangue (BS) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), a utilização desses recursos e a adesão de especialidades médico-cirúrgicas ao Protocolo Institucional de Reserva Pré-operatória de Hemocomponentes (PRH).

Materiais e métodos

Trata-se de estudo retrospectivo realizado por meio da análise de dados de janeiro a junho de 2024, relativos a procedimentos cirúrgicos eletivos realizados no HC-UFTM, sendo incluídos todos aqueles com reservas de HCP e excluídos aqueles sem especificação de procedimento ou sem referência no PRH. Foram avaliados: a quantidade e o tipo de HCP reservados para cirurgias e a quantidade utilizada. Além disso, analisou-se a conformidade da quantidade de reserva com aquela estabelecida no PRH, bem como a relação das variáveis de acordo com as especialidades médicas demandantes.

Resultados

Em 402 cirurgias eletivas analisadas, foram reservadas 3194 bolsas de HCP e somente 2,72% foram utilizadas. Maior montante de reserva foi de concentrado de plaquetas - CP (40,23%), seguido de concentrado de hemácias - CH (31,12%), plasma fresco congelado - PFC (18,13%) e crioprecipitado - CRIO (10,52%). A relação entre reserva/uso, que demonstra o número de reserva para cada bolsa de HCP realmente utilizada, foi de 116,8, 67,2, 30,4 e 19,1, respectivamente, para CP, CRIO, PFC e CH. Em média, foram reservadas cerca de 3,17 bolsas de CP a mais que o utilizado por cirurgia, 2,34 de CH, 1,39 de PFC e 0,83 de CRIO. Apenas 0,5% das cirurgias com reserva de CH seguiram as recomendações do PRH. As 994 bolsas de CH reservadas representaram reserva 6,29 vezes maior que a prevista no PRH (158). Em média, foram solicitados 2,08 CH além do recomendado por cirurgia, todavia, do total reservado somente 12,9% foi utilizado. As especialidades médico-cirúrgicas com menor adesão ao PRH foram Cirurgia Cardíaca e Cirurgia Vascular, com média de reserva de 2,6 CH acima do recomendado por cirurgia. Em relação ao uso efetivo, a especialidade com média de utilização mais próxima ao reservado foi Ginecologia e Obstetrícia. Para as reservas de CP, CRIO e PFC, não previstas em PRH, das 2200 bolsas reservadas (68,9% das reservas) apenas 1,59% foram utilizadas.

Discussão

Os dados demonstram grande discrepância entre a quantidade e o tipo de HCP reservados e a utilização efetiva, bem como, a insignificante adesão das especialidades médico-cirúrgicas demandantes das reservas quanto ao montante e ao tipo de HCP previstos no PRH. O cenário descrito revela possíveis falhas no processo de Educação Médica e nos mecanismos de controle interno para validação e efetivação de reservas. Ainda, a reserva excessiva implica em riscos no gerenciamento de estoques de HCP pela indisponibilidade temporária dos HCP durante período de reserva e custos desnecessários através da realização também exagerada de testes imuno-hematológicos.

Conclusão

O estudo aponta falhas na reserva de HCP pelas especialidades médico-cirúrgicas, que não aderiram às recomendações do PRH, o que gera riscos potenciais para a organização dos estoques de HCP e aumento de custos. Melhoria dos processos de Educação Médica e do gerenciamento de estoques de HCP faz-se necessária.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas