Objetivos: Este estudo, também conhecido como Projeto T-cell Brasil, é o primeiro estudo que coleta dados de pacientes com diagnóstico de linfomas de células-T periféricas (LCTP) no Brasil. Um dos seus objetivos é entender as especificidades desta doença e sua distribuição no país. Métodos: Optamos por desenhar um estudo ambispectivo para ampliar e possibilitar a inclusão de casos com diagnóstico no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2022, com mais 2 anos de seguimento. Divulgamos e convidamos os centros públicos e privados que atendem estes pacientes para participar do estudo, ou seja, é uma contínua busca ativa. Os dados são coletados pela internet usando a Plataforma REDcap, para posterior consistência, auditoria e análise. Ademais, há um comitê de patologistas que se responsabiliza pela revisão dos diagnósticos. Resultados: Em agosto de 2020 o registro contemplou 281 casos distribuídos em 26 centros, sendo 19 na região sudeste, 3 na sul, 2 nordeste, um norte e um centro-oeste; outros 12 foram aprovados recentemente e não incluíram casos e aguardamos o posicionamento de outros 30 que foram convidados. Dos 281 registrados, 257 (91,5%) foram analisados, 22 tinham dados incompletos e dois não eram LNH-T. A mediana de idade foi de 54 anos (18-92); 59,5% do sexo masculino; quanto ao tipo histológico: 85 eram LCTP-NOS (sendo um PTCL não classificável); 43 Anaplásico ALK neg; 42 ATL; 34 T/NK nasal/tipo nasal; 28 Angioimunoblástico; 18 Anaplásico ALKpos; três Hepatoesplênico; dois subcutâneo, tipo paniculite e dois Associados a Enteropatia; 71% tinham estadio III/IV; 60% apresentavam sintomas B; 70% tiveram envolvimento linfonodal, 57% extranodal e 4% SNC; 70 (27%) casos progrediram, treze durante os 6 primeiros meses após diagnóstico. Do total de avaliados, houve 100 (39%) mortes, sendo que as causas foram: 64% linfoma; 20% infecção, 6% por toxicidade ao tratamento e 10% indeterminada. Com mediana de seguimento de 10 meses (0,1-55), a sobrevida global em 24 meses por tipo histológico foi de 81% para Anaplásico, ALKpos; 67% ALKneg, 51% NK/T Nasal/Tipo Nasal; 42% PTCL NOS, e 28% Angioimunoblástico. Discussão/Conclusão: Nossos dados estão confirmando diferenças epidemiológicas encontradas em diversos países da América Latina com os europeus, norte americanos e asiáticos. Os linfomas extranodais de células NK/T, por exemplo, no Brasil parece ter uma frequência intermediária entre as observadas na Ásia e América do Norte/Europa. Fica evidente que a ATLL é frequente em nosso meio, no entanto a maioria destes casos vieram da região sudeste, quando o esperado é que viessem na região Nordeste, onde a prevalência da infecção por HTLV-I é mais alta. O Projeto T-cell Brasil tem cumprido seus objetivos primários de conhecermos melhor os dados dos Linfomas T no Brasil, além disso tem cumprido sua premissa de atuar no campo educacional, distribuindo conhecimento particularmente na área de diagnóstico.
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