Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S459 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S459 (Outubro 2021)
Open Access
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE – UM RELATO DE CASO DE FALHA TERAPÊUTICA POR POSSÍVEL INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA E ARMAZENAMENTO INADEQUADO DO MEDICAMENTO EM UM PACIENTE PORTADOR DE LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
Visitas
1293
GS Silvaa, ACF Modestoa, MP Provinb, LC Nahasa, MS Barbosaa, RS Tavaresa, TXAM Ferreiraa
a Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
b Faculdade de Farmácia Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma doença onco-hematológica mieloproliferativa clonal sendo a sua principal característica a presença do cromossomo Filadélfia (Ph). O prognóstico da LMC mudou significativamente passando de uma doença potencialmente fatal para um distúrbio que pode ser tratado de forma simples com o uso de medicamentos orais contínuos, os inibidores da tirosina quinase (ITQ), se tornando compatível com a expectativa de vida da população em geral de mesma idade sem a doença. Entretanto, a terapia medicamentosa não é isenta de problemas. Os problemas relacionados aos medicamentos (PRM) podem interferir na efetividade do tratamento fazendo com que o paciente não atinja o objetivo terapêutico. O cuidado farmacêutico realizado com o paciente tem por finalidade prevenir, identificar e resolver possíveis PRM. Em março de 2019 o paciente RC, diagnosticado com LMC, sexo masculino, 57 anos, foi encaminhado para o cuidado farmacêutico pela equipe médica sob suspeita de não adesão ao tratamento por não alcançar a resposta molecular maior (RMM) após 19 meses de tratamento com dasatinibe. Em consulta com o farmacêutico, foi verificado que o mesmo possuía alta adesão à farmacoterapia. Para isso o farmacêutico utilizou instrumentos de avaliação da adesão - Teste de Moriky-Green e Teste de Haynes-Sackett- e o cálculo da taxa de posse do medicamentos – realizado a partir dos registros de dispensação do dasatinibe pela farmácia. O farmacêutico investigou também a utilização de outros medicamentos pelo paciente e identificou que o mesmo utilizava, por automedicação, Tribulus terrestres, em forma de pó, sendo meia colher de chá todos dias de manhã. O paciente utilizava o produto natural com finalidade de melhorar sua disposição física. Além disso, o paciente armazenava o medicamento em uma gaveta abaixo de um forno elétrico, expondo o produto a altas temperaturas. Perante o exposto, foi levantada a possível hipótese de falha terapêutica por interação medicamentosa entre dasatinibe e Tribulus terrestres ou por perda de qualidade do medicamento por armazenamento inadequado. O paciente foi orientado a suspender a utilização do Tribulus terrestris e a armazenar o medicamento em local seco e fresco. Em setembro de 2019, o paciente passou por uma nova consulta farmacêutica quando foi observada uma melhora da resposta terapêutica, com o paciente atingindo RMM. Esse caso se destaca pelo relato inédito de uma possível interação medicamentosa entre o dasatinibe e o Tribulus terrestris e mostra a importância da inserção do profissional farmacêutico dentro da equipe multiprofissional de saúde na assistência ao paciente hematológico contribuindo na atenção à saúde do paciente, junto à equipe multiprofissional.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas