
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o processo de conciliação medicamentosa na admissão hospitalar, transferência interna e alta dos pacientes da enfermaria de um Hospital de Ensino.
Material e métodosEstudo longitudinal descritivo, retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da sob o CAAE 06213518.8.0000.52430. A coleta de dados acerca do perfil sociodemográfico e clínico do paciente foi realizada a partir dos registros em prontuário e formulários da unidade de farmácia clínica, os quais foram analisados categórica e quantitativamente, bem como as discrepâncias encontradas. Foram quantificadas as intervenções farmacêuticas e sua aceitação ou não pela equipe clínica. Realizou se análise quali-quantitativa das orientações de alta. Os dados obtidos foram tabulados em Microsoft Excel® e os resultados mensurados através de estatística descritiva.
ResultadosForam realizadas 118 conciliações, entre julho/2019 a agosto/2020, obtidos de 80 pacientes, sendo 48,75% com idade superior a 60 anos. Os diagnósticos mais frequentes foram linfoma (38,75%) e mieloma múltiplo (17,5%). Das 118 conciliações realizadas, 80 (67,8%) foram de admissão e 38 (32,2%) de transferências. As fontes de informação mais consultadas foram o paciente e prescrição do setor/instituição de transferência. Foram conciliados 621 medicamentos, os quais apresentaram 310 discrepâncias, sendo 219 justificadas e 91 não justificadas. Dentre as classificações das não justificadas, a 3A (omissão do medicamento em uso pelo paciente) apontou-se como mais frequente. Foram realizadas 52 orientações de alta, não sendo possível realizar 42 orientações por motivo de alta não programada.
DiscussãoO processo de Conciliação Medicamentosa (CM) pode ser definido como um mecanismo de revisão do tratamento do paciente, antes e depois de transições no cuidado. Farmacêuticos clínicos podem realizar a CM com o objetivo de otimizar a farmacoterapia e assegurar a segurança do paciente hospitalizado.
ConclusãoO estudo mostrou ser uma ferramenta eficaz, que contribuiu para segurança do paciente hospitalizado, bem como, promoveu a qualidade das informações sobre os medicamentos em uso pelos mesmos.
Palavras-chaveConciliação medicamentosa; Hematologia; Eventos adversos; Erros de medicação; Segurança do paciente.