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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S58-S59 (Outubro 2023)
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ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO RS10754558 DO GENE NLRP3 COM A OCORRÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CLÍNICAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM ANEMIA FALCIFORME
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AP Silvaa, GS Arcanjoa, TDS Senaa, MV Diniza, LE Oliveiraa, AS Araujob, ACMD Anjosa,b, BLD Hatzlhofera, AR Lucen-Araujoa, MAC Bezerraa
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Introdução/Objetivos

A anemia falciforme (AF) é uma doença decorrente da presença da hemoglobina S, que se polimeriza causando a falcização das hemácias. A AF é caracterizada por quadro hemolítico e inflamatório crônico causando grande variabilidade clínica. Foi apontado que o grupo heme e hemoglobina livres oxidada promovem a ativação do complexo inflamassoma NLRP3. O objetivo deste trabalho foi investigar a associação do polimorfismo rs10754558 do gene NLRP3 com a ocorrência de complicações clínicas em pacientes pediátricos com AF.

Material e métodos

Os pacientes foram atendidos pelo ambulatório de pediatria da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE). Foram incluídos pacientes com idade ≤ 18 anos e de ambos os sexos. Dos prontuários foram avaliadas as seguintes complicações clínicas: sequestro esplênico agudo (SEA), dactilite, frequência de crises de dor, priapismo, síndrome torácica aguda, colelitíase e doença cerebrovascular, que inclui casos de acidente vascular cerebral (AVC), Doppler transcraniano de alto risco, Moya-Moya, ataque isquêmico transitório e infarto silencioso. A análise molecular foi realizada através de qPCR utilizando o sistema de sondas TaqMan®. As análises estatísticas foram realizadas utilizando os softwares SPSS Statistics 19.0 e GraphPad Prism (version 6.0).

Resultados

Foram incluídos na coorte 369 pacientes; sendo 182 (49,3%) do sexo feminino e 187 (50,7%) do sexo masculino, com mediana de idade 13 anos (04 a 18 anos). A dactilite foi a complicação de maior prevalência (31,1%), seguido de SEA (21,2%), colelitíase (20,4%), síndrome torácica aguda (7,0%) e AVC (4,7%). A doença cerebrovascular esteve presente em 11,2% dos pacientes. Por fim, 13,2% dos pacientes de sexo masculino desenvolveram priapismo. A análise molecular demonstrou uma frequência genotípica de 158 CC (42,8%), 171 CG (46,4%) e 40 GG (10,8%); com a frequência alélica de C 0,66 e G 0,34. Para as análises de associação, de acordo com o modelo dominante, foi observado menor frequência de SEA nos pacientes de genótipo selvagem CC (p = 0,003; OR: 0,42; IC 95%: 0,24 – 0,73). A análise alélica para recorrência de SEA demonstrou que o alelo variante G estava associado com maior número de eventos comparado ao alelo selvagem C (p = 0,0014).

Discussão

O SEA resulta do rápido aprisionamento de hemácias no baço, podendo levar a diminuição do volume sanguíneo circulante, choque hipovolêmico e morte. Eventos clínicos como a febre e infecção foram comuns em concomitância com um episódio de SEA, sugerindo que a inflamação exacerbada pode contribuir para o evento. O inflamassoma NLRP3, que pode ser ativado devido à hemólise crônica na AF, promove a ativação e liberação das citocinas pró-inflamatórias IL-1β e IL-18. O polimorfismo rs10754558 tem sido associado com o aumento da estabilidade do mRNA do gene NLRP3 e consequentemente, aumento da liberação das citocinas. Dessa forma, considerando que a inflamação é um fator contribuidor para o SEA, a desregulação da expressão do NLRP3 e seus componentes pode ser um importante fator de risco na AF.

Conclusão

Conclui-se que o polimorfismo rs10754558 do gene NLRP3 é um potencial modulador genético do SEA na anemia falciforme.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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