HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA educação permanente é uma estratégia fundamental para a qualificação dos profissionais envolvidos na Hemoterapia, uma vez que conhecimentos técnicos, protocolos atualizados e habilidades específicas são necessários para assegurar o manejo dos hemocomponentes - desde seu armazenamento, execução de exames e liberação, até sua administração correta e segura.
ObjetivosO objetivo deste estudo foi a avaliação da aplicação de ferramentas educacionais no âmbito da Hemoterapia em uma maternidade pública do interior de São Paulo.
Material e métodosA Agência Transfusional atuante na unidade hospitalar é um serviço de pequeno porte (média de 60 transfusões mensais) e monitora, por meio de indicadores, as falhas de processo (identificação de amostras biológicas, conformidade de solicitações de transfusão e registros transfusionais e não conformidades no preparo e liberação de bolsas). Com o apoio do setor interno de educação permanente e com base nos protocolos instituídos e normas atualizadas, as atividades educacionais tiveram seu início em Janeiro de 2023 e foram aqui relatadas aquelas que ocorreram até Junho de 2025, uma vez que as ações não se concentraram somente neste período. Seis questionários virtuais foram aplicados no período e abordaram, por exemplo, informações sobre os registros transfusionais, tempo de transfusão, manejo da bolsa de hemocomponente, identificação de amostras biológicas, reações transfusionais e práticas de segurança do paciente.
ResultadosEm média, 87 pessoas participaram de cada edição (correspondente a 35% de abrangência da equipe assistencial - enfermeiros e técnicos de enfermagem). O tempo de disponibilização dos links para aceite de respostas teve média de 21 dias e uma média de 67,3% dos participantes obtiveram 100% de acerto. Observou-se que o monitoramento contínuo das falhas, baixa adesão da equipe e das informações coletadas pelos questionários direcionaram para a adoção de outras estratégias, como a elaboração de informativos disponibilizados de forma digital aos setores, bem como realização de treinamentos in loco para cada tema lançado e a afixação de avisos coloridos nas bolsas de hemocomponentes liberados. Essas estratégias adicionais abordaram temas como monitoramento, tempo máximo de transfusão, identificação de amostras, registros transfusionais e atenção para sinais e sintomas sugestivos de reação transfusional. A partir das falhas e fragilidades detectadas, instituiu-se também a prática do monitoramento do transcorrer de cada transfusão, realizada pela equipe da Agência Transfusional, e a reprogramação dos treinamentos gerais para atualização dos profissionais - antes anual, passaram a ocorrer a cada quatro meses. Foram realizados ainda treinamentos voltados para a prática da segurança transfusional e eventos adversos. Com a implantação das ferramentas, observou-se maior adesão da equipe aos treinamentos (acima de 80%), redução significativa das falhas de preenchimento dos registros transfusionais, aumento no número de amostras com identificação correta e não se verificou a recorrência de falhas graves, como transfusões com duração superior a 4 horas.
Discussão e conclusãoHá necessidade de traçar, rotineiramente, planos estratégicos adaptáveis de mobilização profissional para a realização e manutenção de estratégias educativas. Investir continuamente em treinamentos contribui diretamente para a qualificação dos serviços e promoção do cuidado seguro e eficaz ao paciente.
ReferênciasMINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria de Consolidação n° 5 de 28 de setembro de 2017.




