HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão sanguínea é um procedimento terapêutico essencial em diversos contextos clínicos, mas envolve riscos significativos à segurança do paciente. Entre os eventos adversos mais graves associados ao cuidado hospitalar os erros de identificação. Nesse cenário, a atuação da enfermagem é estratégica para garantir a correta execução dos protocolos transfusionais. As metas internacionais de segurança do paciente, propostas pela OMS e reforçadas pela JCI, fornecem diretrizes práticas para prevenir danos e promover um cuidado seguro.
ObjetivosAnalisar criticamente o papel da assistência de enfermagem no processo transfusional, com base nas metas internacionais de segurança do paciente, identificando práticas essenciais, falhas recorrentes, desafios e estratégias de melhoria.
Material e métodosTrata-se de uma revisão narrativa da literatura, com abordagem qualitativa e caráter descritivo. A pesquisa foi realizada entre abril e julho de 2025, em bases como Scielo, PubMed, Lilacs e repositórios institucionais. Foram incluídas diretrizes oficiais da Anvisa, OMS e JCI, bem como artigos publicados nos últimos 10 anos, relacionados à segurança transfusional e à atuação da enfermagem.
Discussão e conclusãoA análise permitiu relacionar as ações de enfermagem em transfusão diretamente com pelo menos quatro metas internacionais: Meta 1 – Identificação correta do paciente: a dupla checagem de dados da pulseira e da bolsa de sangue é fundamental. Falhas nesse processo lideram os eventos evitáveis nas transfusões. Meta 2 – Comunicação eficaz: ordens mal interpretadas e registros incompletos elevam o risco de administração incorreta. Meta 3 – Medicamentos de alta vigilância: o sangue, embora não medicamentoso, exige monitoramento contínuo como substância de alto risco. Meta 4 – Prevenção de infecções associadas aos cuidados: a higienização das mãos e técnicas assépticas são indispensáveis para evitar contaminação. Além das metas, o estudo destacou a falta de educação continuada e a despadronização de rotinas entre turnos foram identificadas como desafios comuns à prática de enfermagem. Contudo, conclui-se que a atuação da equipe de enfermagem é essencial para o sucesso e segurança do processo transfusional. A aplicação efetiva das metas internacionais de segurança do paciente fortalece a qualidade do cuidado, minimiza riscos e contribui para uma cultura de segurança institucional. A implementação de protocolos, treinamentos contínuos e o fortalecimento da cultura de segurança são estratégias fundamentais para a redução de eventos adversos e o uso racional do sangue.
Referências:
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 34, de 11 de junho de 2014.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Patient Safety Solutions. Geneva: OMS, 2017. Joint Commission International. International Patient Safety Goals. 2024.
Ministério da Saúde. Manual de Hemovigilância: investigação das reações transfusionais imediatas e tardias não infecciosas. Brasília; 2021.
Silva M, et al. Segurança transfusional: percepção de profissionais de enfermagem. Rev Enfermagem Atual In Derme. 2023.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). RDC n° 34, de 11 de junho de 2014.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Patient Safety Curriculum Guide. Genebra: OMS; 2017.
Lima RA, et al. Erros na transfusão de sangue: causas evitáveis e impacto na segurança do paciente. Rev Bras Enferm. 2022.
Silva FG,et al. Segurança transfusional: percepção de profissionais de enfermagem. Rev Enfermagem Atual. 2023.




