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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S657-S658 (Outubro 2022)
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APOPTOSE NO COVID-19 GRAVE E POTENCIAIS BIOMARCADORES PROGNÓSTICOS
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409
MO Marquesa,b, A Abdob, PB Silvaa, AS Juniorb, LBO Alvesb, P Bachourb, OCG Baiocchia,b
a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
b Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

A COVID-19 apresenta alta taxa de infectividade e um amplo espectro clínico no qual, aproximadamente 3%‒20% dos infectados necessitam de internação hospitalar sendo destes, 10%‒30% cuidados intensivos. A forma grave parece estar associada a um descontrole da resposta imune do hospedeiro, desta forma, a caracterização do perfil imune é fundamental para a definição prognóstica e terapêutica.

Materiais e Métodos

Estudo prospectivo realizado de maio de 2020 a maio de 2021, recrutou adultos com COVID-19 grave internados em UTI, para a avaliação de 17 citocinas. Foram realizadas coletas laboratoriais na admissão na UTI (D0) e após, a cada 4 dias por no máximo, 20 dias. O grupo controle incluiu doadores de sangue voluntários. O desfecho primário avaliado foi a sobrevida livre de Ventilação Mecânica (VM). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de ética.

Resultados

Nos 62 pacientes avaliados a idade mediana foi de 58,7 anos, houve uma predominância no sexo masculino (74.2%), e alta prevalência de comorbidades. A taxa de mortalidade foi de 8%, sendo 55% a necessidade de suporte ventilatório invasivo. Dentre as citocinas avaliadas, se destacaram os níveis séricos elevados de Granzima B, Perforina e sFAS (FAS solúvel) nos doentes em relação aos controles. Os valores medianos de Granzima B no D0 foram maiores quanto menor o tempo de sintomas. A avaliação no D0 através da curva ROC, demonstrou um papel preditivo nos níveis de Perforina, Granzima B e sFAS para a evolução para VM. Não obstante, os níveis de sFAS no decorrer da internação apresentaram correlação direta com pior desfecho sendo um potencial marcador prognóstico.

Discussão

A apoptose ocorre através de 3 mecanismos: mediada por grânulos (granzimas e perforinas); citotoxicidade através de Fas-FasL; e citotoxicidade através do ligante TRAIL. Maucourant et al. documentaram no diagnóstico de COVID-19 grave, o aumento nos níveis de Perforina, representando a resposta celular NK. Além disso, foi descrito que no decorrer da infecção há uma redução da citotoxicidade NK, decorrente da exaustão imune. Em nossa amostra, os níveis no D0 destas 2 moléculas se relacionaram a gravidade, além disso, foi possível observar o aumento de Granzima B relacionado a precocidade dos sintomas, desta forma, indicando uma redução evolutiva. O receptor FAS e seu Ligante (FASL), integrantes da família TNF, são responsáveis pela apoptose das células infectadas no início da infecção e, mais tardio, dos linfócitos maduros auto-reativos. As formas solúveis dos receptores regulam de forma competitiva as suas partículas de membrana (inibição). No entanto, sFAS e sFASL parecem ter papéis diferentes conforme a patologia e o momento da infecção, podendo inibir seus receptores transmembrana ou desenvolver funções análogas. André et al. encontraram uma relação direta dos níveis de sFASL no COVID-19 grave com Fas-FasL linfocitários, a linfopenia e o pior prognóstico. Sendo responsáveis, portanto, pela apoptose de linfócitos T ativados. Diante disso, avaliaram o uso de um inibidor de caspase-1 para bloquear o Fas, o qual aumentou a resposta antiviral.

Conclusão

O sFAS é um potencial biomarcador para a avaliação preditiva prognóstica, desta forma, nossos dados sugerem que as vias da apoptose devem ser estudadas a fim de confirmar estes dados e ainda, explorar seu potencial como alvo terapêutico.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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