
Desenvolver um algoritmo baseado em dados de imunofenotipagem por citometria de fluxo, utilizando um painel específico para detecção de plasmócitos anômalos, com a capacidade de identificá-los em amostras clínicas.
MétodosForam utilizados dados de imunofenotipagem por citometria de fluxo de 19 casos com plasmócitos de fenótipo normal e 69 casos com anomalias fenotípicas plasmocitárias. As expressões dos seguintes marcadores foram avaliadas: CD19, CD20, CD38, CD45, CD56, CD117, CD138, CD200, HLA-DR, cKappa, cLambda. O algoritmo foi treinado para reconhecer as características específicas dos plasmócitos, considerando a heterogeneidade dos casos analisados e a referência das populações normais. A análise foi realizada no R e RStudio, com processamento extensivo dos dados, iniciando pela leitura através do pacote flowCore, com isolamento das populações plasmocitárias com base nos marcadores CD38 e CD138, seguido de clustering através do FlowSOM e estudos para avaliação da heterogeneidade e definição das populações plasmocitárias. Por fim, um modelo de machine learning utilizando Random Forest foi desenvolvido em modelo para a classificação dos plasmócitos.
Resultados e discussãoO algoritmo mostrou-se eficaz na identificação rápida de plasmócitos, utilizando os 88 casos como base de treinamento. Foram definidos 10 metaclusters pelo FlowSOM, e o modelo de randomForest demonstrou um desempenho geral excelente, com uma alta acurácia (95,41%, IC entre 93-97%) e um índice Kappa significativo (85%). Embora não tenha sido possível, nesse primeiro estudo piloto, identificar as variações fenotípicas nas populações plasmocitárias devido a baixa frequência das células na maioria das amostras, o algoritmo conseguiu identificar e caracterizar a população de plasmócitos anômalos, alertando o analista para sua presença. A identificação de anormalidades é um controle interno extremamente importante, principalmente para os marcadores CD117 e CD56, além dos marcadores CD19 e variação do CD45 para acompanhamento. O modelo destaca essa população e a aborda de forma intuitiva, permitindo uma rápida tomada de decisão por parte do analista.
ConclusãoO algoritmo desenvolvido apresenta uma abordagem inovadora como ferramenta para auxiliar na detecção das células plasmáticas, permitindo maior agilidade na identificação dessas células. No entanto, a capacidade de caracterizar diferentes populações plasmocitárias ainda necessita de aperfeiçoamento, o que será o próximo passo em nosso desenvolvimento.