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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2838
Acesso de texto completo
APLASIA MEDULAR GRAVE EM PACIENTE IDOSA: RELATO DE CASO
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CM Lucini, MFGM Fernandes, LM Pinheiro, IM Almeida, BLM Pereira, CP Aguiar, JWO Romanov
Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Aplasia de Medula Óssea (AMO) é síndrome rara caracterizada por pancitopenia periférica e hipocelularidade medular, resultante de falência hematopoética. Pode ter origem idiopática ou secundária a fármacos, infecções, doenças autoimunes ou exposições tóxicas. A evolução é potencialmente fatal, sendo essencial o diagnóstico precoce e manejo especializado. Esse trabalho busca descrever um caso de AMO grave em paciente idosa, enfatizando manifestações hematológicas, evolução clínica e conduta adotada, por meio de revisão retrospectiva de prontuário eletrônico com dados clínicos, laboratoriais e anatomopatológicos coletados durante internação hospitalar.

Descrição do caso

Mulher, 74 anos, admitida com febre, astenia intensa e palidez acentuada. Hemograma inicial mostrou pancitopenia: hemoglobina 6,4 g/dL, leucócitos 1.100 mm3 (neutrófilos 350 mm3) e plaquetas 12.000 mm3. Reticulócitos <0,5%. Não havia esplenomegalia ao exame físico. Foi instituído isolamento protetor e iniciada antibioticoterapia de amplo espectro devido à neutropenia febril. Recebeu múltiplas transfusões de concentrado de hemácias e plaquetas para correção das citopenias. Punção aspirativa e biópsia de medula óssea evidenciaram hipocelularidade global inferior a 10%, sem infiltração neoplásica ou fibrose significativa, confirmando diagnóstico de AMO grave. Sorologias para hepatites, HIV e parvovírus B19 foram negativas. Não havia história de uso recente de medicamentos mielotóxicos ou exposição ocupacional a agentes tóxicos. Durante a internação, apresentou episódios recorrentes de sangramento gengival e equimoses extensas, compatíveis com trombocitopenia grave, e infecções respiratórias associadas à neutropenia prolongada. Considerando idade avançada e fragilidade clínica, não foi candidata a transplante de medula óssea. Imunossupressão específica foi descartada devido ao alto risco infeccioso. Optou-se por tratamento de suporte com transfusões seriadas, antibioticoterapia, profilaxia antifúngica e medidas de prevenção de sangramentos. A AMO grave é emergência hematológica caracterizada por pancitopenia severa e risco elevado de infecção e hemorragia. O diagnóstico é confirmado por biópsia de medula com hipocelularidade acentuada. Em pacientes jovens, o transplante alogênico é tratamento de escolha; nos idosos, as opções terapêuticas são limitadas, priorizando imunossupressão ou cuidados de suporte. Neste caso, a ausência de fatores reversíveis, aliada à idade e comorbidades, restringiu as intervenções ao manejo paliativo e prevenção de complicações. A evolução clínica foi marcada por infecções bacterianas recorrentes e sangramentos, principais causas de morbimortalidade na AMO. A abordagem multidisciplinar entre hematologia e equipe de cuidados de suporte foi essencial para otimizar a qualidade de vida e reduzir intercorrências.

Conclusão

A AMO grave em idosos apresenta prognóstico reservado, com tratamento frequentemente restrito a medidas de suporte. O reconhecimento precoce, o controle rigoroso de infecções e sangramentos e a definição de metas terapêuticas individualizadas são fundamentais para o manejo desses pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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