
A lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI), reação que pode ocorrer dentro de 6 horas, é uma condição rara e que há indícios do envolvimento de anticorpos anti-antígeno leucocitário humano (HLA) e anti-antígeno neutrofílico humano (HNA).
ObjetivosAvaliar, por meio de uma revisão sistemática, pacientes que tiveram TRALI e a sua associação com anticorpos anti-HLA e anti-HNA do doador ou receptor.
Material e métodosPara a seleção dos estudos, foi utilizada a base de dados MedLine aplicando os filtros case reports, english, 10 years e usando as seguintes palavras chaves e suas respectivas variações no DeCS/MeSH: Transfusion-Related Acute Lung Injury; HLA Antigens; HNA Antigens. Foram incluídos estudos que relacionavam a TRALI e a presença de anticorpos anti-HLA e anti-HNA no doador ou receptor e excluídos estudos sem dados completos. A partir disso, três artigos foram selecionados para compor o escopo dessa revisão.
ResultadosOs estudos envolveram 10 pacientes com TRALIsendo cinco mulheres e cinco homens. Em relação ao sangue do doador, ocorreram cinco casos de TRALI causados por uma doadora multípara anti-HNA positiva que nunca recebeu transfusão. Por outro lado, em cinco pacientes receptores foram encontrados anti-HLA prévios no plasma sendo que um caso ocorreu em uma mulher multípara que recebeu soro de doador com anti-HLA. Por fim, essa revisão não discrimina se os casos de TRALI foram provenientes dos anticorpos do doador, receptor ou ambos.
DiscussãoOs resultados ratificam que a fisiopatologia envolve anticorpos anti-HLA e anti-HNA do doador, predisposição individual e desenvolvimento de aloanticorpos (TRALI reversa). Por outro lado, receptoras multíparas poderiam estar em maior risco de desenvolver TRALI reversa ressaltando a importância da triagem também nos receptores.
ConclusãoEssa revisão evidenciou que a fisiopatologia da TRALI é mediada por anticorpos anti-HLA e anti-HNA destacando a necessidade de triagem não só nos doadores como também nos receptores para mitigar a ocorrência de TRALI.