Objetivos: Revisão integrativa da literatura sobre a utilização de anticoagulantes em pacientes com SARS-Cov-2. Material e métodos: Trata-se de um estudo realizado por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Pubmed Elsevier, Lilacs e MedLine com a combinação dos termos Mesh: Coronavirus; COVID-19; SARS-CoV-2; AND ou OR Anticoagulants; Blood Coagulation Disorders; Thromboembolism; Venous Thromboembolism; Pulmonar Embolism. Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos completos, em língua inglesa, disponíveis em acesso aberto, realizados em humanos, e publicados no período da pandemia por COVID-19 (janeiro a junho de 2020). Como critérios de exclusão os artigos que não apresentaram análise estatística e relato de casos. Foram selecionados 651 artigos, excluídos 416 duplicados. Desses, 195 artigos preencheram os critérios de inclusão e 153 artigos foram excluídos pelos critérios de exclusão. Resultados: Os estudos sugerem a substituição das terapias anticoagulantes orais, em tratamentos prévios, por heparina parenteral de baixo peso molecular (HBPM) ou heparina não fracionada (UH). O uso de profilaxia antitrombótica está recomendado em pacientes hospitalizados com COVID-19, tendo maior benefício quando iniciada na fase pré trombótica (na admissão hospitalar). A dose recomendada pelos estudos são: HBPM 1 mg/kg de 12/12 horas, subcutânea para pacientes com clearance de creatinina > 30 mL/min; e HNF 18 UI/kg/h, intravenosa para pacientes com clearance de creatinina < 30 mL/min ou choque. Discussão: Demonstrou-se a relação direta e indireta do processo inflamatório excessivo e a desregulação do sistema de coagulação no COVID-19, favorecendo o surgimento de coagulopatia induzida pela sepse (SIC), coagulopatia intravascular disseminada (CIVD) e formação de trombos/microtrombos. Os estudos mostram que o uso de anticoagulantes orais (DOACS) no SARS-CoV-2 não mostrou efetividade na proteção contra as complicações tromboembólicas e hemorrágicas, devendo ser substituído por anticoagulação parenteral. Dessa maneira, recomenda-se em pacientes hospitalizados com presença de D-dímero elevado (quatro vezes acima do limite superior), grave inflamação, iminência de SIC ou CIVD, disfunção renal, insuficiência respiratória, e/ou disfunção de enzimas hepáticas, na ausência de contraindicação de anticoagulante, a realização de terapia antitrombótica com HBPM ou HNF, subcutânea e intravascular, respectivamente. A profilaxia deve ser utilizada por pelo menos 3-5 dias na fase inicial/sintomática da doença, 7-10 dias após a infecção, em pacientes com clearance de creatinina > 30 mL/min deve utilizar HBPM 1 mg/kg de 12/12 horas, e em pacientes com clearance de creatinina < 30 mL/min deve utilizar HNF 18 UI/kg/h, segundo alguns estudos. Esses pacientes devem ser monitorizados por meio do tempo de protrombina D-dímero, fibrinogênio, contagem de plaquetas, lactato desidrogenase, alanina aminotransferase e creatinina de 2-3 vezes na semana. Com isso, há um melhor prognóstico diante das complicações trombóticas e hemorrágicas em pacientes graves com SARS-CoV-2. Conclusão: Os pacientes em estado crítico, apresentam uma desregulação da coagulação levando a um risco aumentado de complicações trombóticas. Desse modo, é recomendado o uso de HBPM (1 mg/kg de 12/12 horas) ou HNF (18 UI/kg/h), via parenteral em pacientes ventilados ou intubados, com exceção de pacientes com próteses valvares cardíacas.
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