
A gravidez está relacionada com o aumento de fatores pró-coagulantes devido às mudanças hemodinâmicas ocorridas nesse período, onde grávidas têm cinco vezes mais chances de desenvolver complicações coagulativas comparado a mulheres não grávidas. Desse modo, evidencia-se a importância de condutas anticoagulantes no período da gravidez, a fim de minimizar riscos de problemas trombóticos que podem levar à morte fetal e materna.
MétodosOs dados obtidos foram encontrados através de uma revisão literária, feita a partir do PubMed e Embase, tendo como critério de inclusão artigos publicados de 2019 a 2023. Os seguintes termos de pesquisa foram usados: Pregnancy AND; Anticoagulation, Anticoagulants, Anticoagulants safety, Anticoagulants efficacy.
ResultadosA maioria das pacientes com tromboembolismo venoso (TEV) apresentam sintomas, como dor e inchaço mais predominantes, porém podem também evoluir com eritema e menor sensibilidade nas extremidades. Ademais, destacam-se problemas associados à trombofilia, tais como a deficiência de proteína C e S, visto que aumentam os riscos de TEV durante a gravidez, devido possuírem ações similares à antitrombina, a qual inativa os fatores de coagulação. Além disso, as recomendações são prescritas de acordo com o risco da paciente, levando em consideração a presença de episódios de TEV, história familiar, terapia anticoagulante de longa duração e risco para trombofilia. Nesse sentido, podem ser usadas de profilaxia ou terapêutica a heparina de baixo peso molecular (HBPM) ou a heparina não-fracionada (HNF), os quais não ultrapassam a placenta, especificamente a HBPM não tendo complicações como trombocitopenia e osteoporose, além de possuir maior biodisponibilidade. Já na dose intermediária usa-se apenas a HBPM. Não é recomendado uso farmacológico de tromboprofilaxia durante o trabalho de parto ou indução dele, sendo necessário interrompê-lo ele entre 12 a 24 horas antes na HBPM e sendo a HNF preferível no último trimestre da gestação pois é menos biodisponível, entretanto pode-se utilizar o sulfato de protamina para reverter o efeito das heparinas em casos de cirurgias de emergência, sendo inativada até 100 unidades delas com 1 mg de sulfato de protamina, porém, continua-se sendo necessário a tromboprofilaxia após o parto por um período relativo às 6 primeiras semanas, podendo ir até a 12, muito devido aos casos de TEV serem diagnosticados após o parto em 40 a 60% deles. Avaliou-se a eficácia e segurança do uso de enoxaparina através de eventos trombóticos, sangramentos, perda da gestação, trombocitopenia, malformações congênitas, reações alérgicas e morte materna, sendo na grande maioria segura e com a enoxaparina junto a aspirina apresentando melhor eficácia.
ConclusãoConclui-se que, a profilaxia é extremamente eficaz nos casos que foi necessária, tendo diversas posologias a depender do caso. Além disso, também vale ressaltar a relação quando exacerbada podendo levar a sangramentos, perda da gravidez, alergias e até morte. Destacando, assim, a importância de identificar as pacientes que apresentem riscos para TEV, estratificá-las e realizar essa precaução dos efeitos trombóticos.