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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S150-S151 (Outubro 2022)
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ANORMALIDADES 3Q E DESREGULAÇÃO DE EVI1 EM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: DO DIAGNÓSTICO AO DESFECHO CLÍNICO
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LO Marania, CAB Garciaa, I Lopesa, AFO Costaa, MIA Madeiraa, LS Binellia, JL Schiavinatoa, PS Scheuchera, FB Silvaa, ASG Limaa, ABFG Fagundesb, E Maranhãob, M Higashic, F Kerbauyd, FL Ayoubd, BK Duartee, KB Pagnanoe, F Trainaa, EM Regof, LL Figueiredo-Pontesa
a Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica
b Divisão de Hematologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
c Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
d Departamento de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
e Centro de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
f Laboratório de Investigação Médica em Patogênese e Terapia Dirigida em Onco-Imuno-Hematologia (LIM-31), Departamento de Hematologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) com inv(3)(q21.3q26⋅2) ou t(3;3)(q21.3;q26⋅2)/GATA2, MECOM(EVI1) recebe da Organização Mundial da Saúde classificação diferencial como um dos subtipos raros de LMA com anormalidades genéticas recorrentes e resulta em ativação do gene EVI1 e haploinsuficiência do GATA2. A superexpressão de EVI1 pode ocorrer em associação a outras anomalias citogenéticas sem a presença da típica inv(3)/t(3;3), sendo associada a mau prognóstico em ambas as condições. A caracterização citogenética e molecular no diagnóstico da LMA auxilia tanto na definição do prognóstico quanto na conduta terapêutica pós-consolidação. Úteis ao diagnóstico, a expressão de EVI1 por métodos moleculares não é investigada rotineiramente fora do contexto de estudos clínicos. Considerando a raridade e heterogeneidade citogenética destes casos de LMA, apresentamos dados de LMA com alterações 3q e/ou superexpressão de EVI1 de uma coorte de pacientes do estudo multicêntrico brasileiro de pacientes com LMA ICAML2015.

Objetivos

Avaliar, desde o diagnóstico ao último desfecho clínico, os pacientes com LMA portadores de anormalidades 3q e/ou superexpressão EVI1.

Materiais e métodos

Medula óssea de pacientes incluídos foram coletadas ao diagnóstico de LMA para pesquisa das mutações FLT3 e NPM1, rearranjos RUNX1::RUNX1T1 e CBFB::MYH11 (RT-qPCR), análise de cariótipo por citogenética clássica e imunofenotipagem por citometria de fluxo multiparamétrica (CFM). Dados clínicos e laboratoriais foram analisados no diagnóstico e, após tratamento, foram avaliadas como desfecho: remissão completa (RC) após indução, Sobrevida Global (SG) e Livre de Eventos (SLE). Dentre os 568 pacientes triados entre novembro de 2016 a junho de 2022, 20 (3,52%) pacientes (19-65 anos, 10 homens) de 6 centros brasileiros apresentaram alterações citogenéticas do 3q e/ou a superexpressão de EVI1 (AML Profiler – SkylineTMArray) ao diagnóstico (5 de alto risco, 8 de risco intermediário e 7 com falha na estratificação completa devido à ausência de metáfases para análise). Dentre estes, 18 (90%) exibiram superexpressão de EVI1 independente do cariótipo. Quanto à doença residual mensurável (DRM) por CFM, apenas 2 pacientes tiveram seguimento pois a pesquisa de DRM no estudo clínico não foi realizada para pacientes considerados de risco adverso, sendo que um deles teve DRM ao final da indução detectável e o outro negativa. As taxas de RC e RP foram 45% e 10%, respectivamente, sendo que 8 pacientes realizaram transplante de medula óssea. Três (15%) dos pacientes recaíram em algum ponto após RC, sendo que 12(60%) foram a óbito. Por fim, a SG detectada foi de 177 dias e a SLE de 288 dias.

Discussão/Conclusão

Sabidamente um marcador de mau prognóstico, no presente trabalho, a superexpressão de EVI1 independente do cariótipo foi evidenciada em 3,52 % dos pacientes, mostrando que a pesquisa molecular pode contribuir para detectar esta alteração e revelar frequência superior à descrita para LMA com inv(3)/t(3;3) de 1-2%. A identificação dos níveis de expressão de EVI1 ainda é obtida de estudos retrospectivos, sendo que os achados deste estudo consistem em informação relevante e nova numa grande coorte brasileira de LMA. Os desfechos analisados confirmam a expectativa de prognóstico reservado para estes pacientes. Por outro lado, o reconhecimento da superexpressão de EVI1 por meio de metodologias de alta sensibilidade pode direcionar o tratamento e ser útil a novas abordagens terapêuticas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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