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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S25-S26 (outubro 2024)
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ANEMIAS NA GESTAÇÃO COMO UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
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AKV Lacerdaa, FS Guilhermeb, MR Carvalhob, MS Ibiapinab, HC Resendeb, PCA Pintob, AB Horsthb
a Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, Brasil
b Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), Maceió, AL, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A anemia gestacional é caracterizada por níveis de hemoglobina abaixo de 11 g/dL ou hematócrito menor que 33% no primeiro e último trimestre, e 32% no segundo trimestre. Principais causas incluem a diluição fisiológica da gravidez, hemorragias agudas, hemoglobinopatias hereditárias e anemia ferropriva. A anemia na gravidez está ligada ao aumento da mortalidade e morbidade materna e neonatal, além de efeitos adversos a longo prazo nos bebês. É um indicador de saúde pública importante devido à sua prevalência e associação com doenças crônicas. Portanto, é crucial entender a fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamentos da anemia gestacional.

Método

Uma revisão de literatura foi conduzida utilizando artigos de SciELO e PubMed (2022-2024), com as palavras-chave “Anemia gestacional” e “Anemia na gestação”, e operadores booleanos AND e OR. Cinco trabalhos científicos foram selecionados para a revisão.

Resultados

Durante a gravidez, o volume plasmático da mulher se expande significativamente para sustentar o crescimento fetal, ultrapassando o aumento do volume de glóbulos vermelhos e resultando em hemodiluição. Essa adaptação reduz a concentração de hemoglobina e o hematócrito, geralmente sem causar sintomas graves, exceto por uma leve fadiga. Entretanto, hemorragias agudas, como as decorrentes de descolamento placentário ou ruptura uterina, podem provocar uma queda abrupta na hemoglobina, levando a anemia aguda com sintomas graves, como dor abdominal intensa e sinais de choque. Hemoglobinopatias hereditárias, como a anemia falciforme e a talassemia, alteram a produção ou a estrutura da hemoglobina, causando sintomas como fadiga e icterícia, com crises dolorosas associadas a obstruções vasculares na anemia falciforme. A anemia ferropriva, decorrente da deficiência de ferro essencial para a produção de hemoglobina, afeta cerca de 40% das gestantes e se agrava com a demanda aumentada durante a gravidez, resultando em sintomas como fadiga extrema e batimento cardíaco irregular.

Discussão

A deficiência de ferro durante a gestação pode levar a efeitos adversos significativos, como comprometimento da função plaquetária, aumento do risco de abortos espontâneos, restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e pré-eclâmpsia. Para prevenir esses problemas, a suplementação com sulfato ferroso e uma dieta adequada são recomendadas, sendo que no Brasil, a suplementação é amplamente indicada para todas as gestantes conforme diretrizes da OMS. No caso das hemoglobinopatias hereditárias, o tratamento envolve transfusões regulares, suplementação de ácido fólico e, em alguns casos, medicamentos como a hidroxiureia para reduzir a frequência das crises. Acompanhamento especializado é essencial para monitorar a saúde materna e fetal. Cada condição demanda uma abordagem específica para diagnóstico e tratamento, ressaltando a importância dos cuidados pré-natais adequados e do acompanhamento médico durante a gravidez.

Conclusão

A anemia gestacional é uma condição durante a gravidez marcada pela redução dos níveis de hemoglobina. Causas incluem diluição do sangue, hemoglobinopatias e anemia ferropriva. Ela pode levar a sérios problemas para a mãe e o bebê, como aumento da mortalidade e problemas de saúde a longo prazo para o recém-nascido. A alta prevalência dessa anemia torna-a um importante indicador de saúde pública, e estratégias eficazes de prevenção e tratamento são essenciais para melhorar a saúde das gestantes e seus filhos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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