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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S1-S2 (Outubro 2021)
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ANEMIA MEGALOBLÁSTICA GRAVE DEVIDO ALCOOLISMO CRÔNICO: UM RELATO DE CASO
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MVL Stelaa, M Cauzb, LL Péricob, MRDS Moreirab, MF Barrosa, MAF Chavesa
a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PA, Brasil
b Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), Cascavel, PA, Brasil
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Relato de caso

Homem de 73 anos; ex-etilista de consumo de destilados em grande quantidade diariamente e ex-tabagista. O histórico de comorbidades consiste em hipertensão arterial sistêmica com tratamento desconhecido, além de apresentar sintomas de hiporexia, hiporreflexia, fraqueza muscular, incontinência urinária/fecal e dificuldades em deambular. O paciente esteve há 60 dias passando grande parte do tempo acamado, devido aos sintomas terem se intensificado. Nos últimos 7 dias o paciente apresentou diarreia com coloração escura e presença de sangue (melena/hematoquezia). Foi encaminhado em maio à Unidade de Pronto Atendimento devido à falta de ar e tosse discretamente produtiva. Respectivo aos sintomas, iniciou-se o tratamento com Ceftriaxona 2 g de 12 em 12 horas, Oseltamivir, Enoxaparina 40 mg e Transamin 500 mg de 8 em 8 horas. A indicativa do tratamento foi decorrente da suspeita de Covid-19. Como havia suspeita de infecção por Covid-19, o paciente precisou ser transferido para para um Hospital Público do Oeste do Paraná. Os exames não-laboratoriais realizados no momento da admissão foram a ultrassom abdominal total, tomografia computadorizada e endoscopia digestiva alta que mostrou uma gastrite erosiva piana leve de antro, característica em casos de excesso de álcool. Já os exames laboratoriais, o hemograma mostrou-se descompensado com eritrócitos 0,68 milhões/mm3, hemoglobina 2,5 g/dL, hematócrito 6,4% VCM 94,1 pg/L e RDW 23,4%, indicando uma anisocitose++. Ainda na série vermelha, teve presença de poliquilocitose++ com macrócitos+ e pontilhado basófilo+; policromasia++ e 1 eritroblasto em 100 leucócitos contados. O leucograma com 2.909/mm3 apresentou 2% de linfócitos atípicos, e entre os 75% de segmentados, foram contados 48 hipersegmentados. Também foi relatado um quadro de plaquetopenia com 22.900/mm3. Outros exames laboratoriais realizados que tiveram valores aumentados e significativos, foram a Desidrogenase Láctica (5.227 U/L), Ferritina (584,4 ng/mL) e ProBNP N-Terminal (2.961,0 pg/mL), após o hemograma apontar possível anemia megaloblástica, foi realizada a dosagem de folato (1,2 ng/mL) e vitamina B12 (138 pg/mL). Devido à anemia severa apresentada através do hemograma, foi iniciado transfusão de 2 concentrados de hemácia ao paciente, mais 5 unidades de plaquetas e mais 600 mL de plasma. Novos hemogramas foram realizados posteriormente em dias alterados, porém não houve melhora significativa dos parâmetros hematimétricos, bem como leucograma, plaquetograma e laboratoriais bioquímicos, mantendo suspeita diagnóstica de anemia megaloblástica grave devido alcoolismo crônico; cirrose hepática alcoólica e gastrite erosiva plana leve de antro. Após confirmação do resultado negativo para Covid-19, o paciente recebeu alta e foi encaminhado para ser acompanhado pelo ambulatório do Hospital, recebeu prescrição de reposição de vitamina B12, Citoneurim, ácido fólico e omeprazol.

Discussão e conclusão

A anemia megaloblástica faz parte do grupo das macrocíticas, capaz de afetar as linhagens sanguíneas, como a dissociação núcleo-citoplasma. São desencadeadas pela deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico, sendo os mesmos, indicados como reposição para tratamento. É sabido que um dos efeitos sistêmicos do alcoolismo é a alteração sanguínea, como anemia, leucopenia, trombocitopenia e macrocitose. Por isso, a necessidade de se investigar com tanta atenção pacientes etilistas ou ex-etilistas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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