Compartilhar
Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S6 (Outubro 2022)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S6 (Outubro 2022)
Open Access
ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: DESCRIÇÃO DE 7 ANOS DE ACOMPANHAMENTO EM INSTITUIÇÃO ESPECIALIZADA EM HEMATOLOGIA
Visitas
723
ML Pulsa, AAL Pulsb
a Hospital Nove de Julho (H9J), São Paulo, São Paulo, Brasil
b Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, Araras, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
Mais dados
Objetivo

Descrição da experiência dos últimos 7 anos em diagnóstico e acompanhamento de pacientes com anemia megaloblástica (AM) em serviço médico de Hematologia no interior do estado de São Paulo.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo e observacional realizado a partir de dados obtidos por meio da análise de prontuários eletrônicos de portadores de AM admitidos e atendidos de janeiro de 2015 a dezembro de 2021 em serviço médico especializado em Hematologia do interior paulista. Incluídos pacientes vivos, com confirmação laboratorial de AM, incluindo hemograma e dosagem minimamente de vitaminas B9 e B12, com investigação etiológica concluída e tratamento com reposição de cobalamina e seguimento regular, incluindo resposta reticulocitária em 7 dias após a reposição inicial. Excluídos pacientes que não completaram adequadamente a investigação, terapêutica e acompanhamento. Dados comparados com informações disponíveis na literatura científica especializada, obtida na base de dados Medline (acessada via PubMed).

Resultados

18 pacientes foram incluídos neste estudo, 12 femininos e 6 masculinos, idades variando de 22 a 67 anos. 14/18 pacientes foram avaliados por hematologista ambulatorialmente após encaminhamento por outras especialidades e 4/18 receberam o diagnóstico enquanto internados. Todos os pacientes apresentavam anemia (extremos de 6,1 a 10,8 g/dL) macrocítica em pelo menos um hemograma prévio ao tratamento, com deficiência isolada de B12 confirmada em todos os pacientes. Clinicamente, 17/18 pacientes apresentavam língua despapilada e sintomas de parestesia em membros inferiores. Todos os pacientes foram submetidas a endoscopia digestiva alta e quantificação de anticorpos anti-célula parietal (ACP) e anti-fator intrínseco (AFI), com achado de gastrite atrófica e reatividade ao anticorpo em 11/18 casos. Dos pacientes sem reatividade ao ACP, 4/7 haviam sido submetidas à cirurgia bariátrica e negaram manutenção de reposição vitamínica no pós-operatório tardio. 3/7 tiveram etiologia atribuída a carência nutricional, sendo, desses casos, 2/3 pacientes vegans e 1/3 paciente idoso de 67 anos com dentição comprometida e má-aceitação alimentar. Todos os pacientes realizaram reposição com hidroxicobalamina intramuscular e obtiveram melhora dos níveis de hemoglobina e resposta reticulocitária em 7 dias após o tratamento. Todos os pacientes com parestesia referiram melhora dos sintomas na primeira semana da reposição vitamínica.

Discussão

Conforme consta a evidência científica, anticorpos ACP ou AFI são etiologias comuns da AM. Diversos esquemas de reposição são descritos na literatura científica especializada. Em nosso serviço, usualmente indicamos hidroxicobalamina 5.000 mcg intramuscular em 1 a 2 vezes por semana durante o primeiro mês e espaçamos posteriormente para dose de 5.000 mcg mensalmente. Em nosso trabalho, observamos que a melhora da anemia e de sintomas já ocorreu concomitantemente em todos os casos na primeira semana da terapêutica. Um dos casos se tratava de paciente idoso, restrito em leito, com dentição precária, acarretando má-ingesta alimentar crônica. Após o diagnóstico e tratamento, o mesmo teve um diagnóstico prévio de doença de Alzheimer descartado e recobrou o movimento dos membros inferiores, com melhora cognitiva notável.

Conclusão

O diagnóstico adequado da etiologia de anemias megaloblásticas permite a indicação de tratamentos crônicos bem tolerados e com melhora sintomatológica expressiva.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas