Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1018 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1018 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
ANÁLISE RETROSPECTIVA DA SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM ANEMIA APLÁSICA APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS
Visitas
271
JPGM Biasia, MF Caleffib, AFR Tabordab, TT Barrosb, AC Rheinheimerb, ALM Rodriguesb, AA Zanetteb
a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
b Hospital Erastinho, Curitiba, PR, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Introdução

A Anemia Aplásica (AA) é uma doença rara, sem predominância degênero, com maior incidência na infância e após os 60 anos, especialmente napopulação asiática. A AA pode ser classificada pelo grau de acometimento(Moderada, Severa, Muito Severa) e pela etiologia, afetando o prognóstico e aconduta terapêutica. A diferenciação é baseada em hemogramas, testes genéticos eimunológicos, além dos diagnósticos diferenciais como citopenia refratária esíndromes mielodisplásicas hipoplásicas que também devem ser excluídos porexames clínicos e laboratoriais. O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCHT) é um tratamento eficaz, especialmente em crianças, com taxas de sucessode 90% pela literatura internacional quando há doador aparentado idêntico.Transplantes haploidênticos ou de doador Não Aparentado (NAP) são consideradosem casos mais graves. No Brasil, as taxas de eficácia e sobrevida do TCHT pediátrico para AA são inferiores às observadas nos Estados Unidos e na Europa.

Objetivos

Avaliar a sobrevida de pacientes pediátricos com AA após TCHT,analisando fatores como a origem do enxerto e a compatibilidade do doador.

Materiais e métodos

Estudo realizado em um centro de saúde terciário, de janeirode 2021 a junho de 2024. Incluiu pacientes com AA até 21 anos submetidos aTCHT. Pacientes com outras doenças hematológicas, maiores de 21 anos ou quenão passaram por TCHT foram excluídos. Analisou-se a sobrevida, a origem doenxerto e a compatibilidade do doador, com metodologia estatística descritiva.Resultados: Foram identificados 11 pacientes com AA submetidos a TCHT, comquatro apresentando falha de pega, resultando em 15 TCHT no total. Um foiautólogo e 14 alogênicos (7 haploidênticos, 4 NAP, 2 aparentados). 9 enxertosforam de medula óssea e 6 de sangue periférico. 3 pacientes faleceram (28%), doisapós o segundo TCHT, com todos os óbitos relacionados ao transplante erealizados com sangue periférico e doadores haploidênticos.

Discussão

O estudoconfirma a eficácia do TCHT no tratamento de AA em pediatria e a maiormortalidade desse tratamento na população brasileira. A escolha da fonte decélulas-tronco e a compatibilidade do doador são críticas para a sobrevida. Melhores resultados foram observados com medula óssea em comparação comsangue periférico, alinhando-se com a literatura. A falha de pega em quatropacientes e os óbitos sugerem necessidade de seleção cuidadosa de doadores emanejo pós-transplante rigoroso. Os óbitos podem apontar que transplantes comsangue periférico podem apresentar maior risco; entretanto, essa observação podeser uma limitação do estudo devido à pequena amostragem, já que todos os óbitosocorreram após o segundo TCHT, os quais todos foram realizados com sangueperiférico. Portanto, há necessidade de mais estudos para entender melhor osfatores que contribuem para a maior taxa de óbitos entre pacientes brasileirossubmetidos ao TCHT para tratamento de AA.

Conclusão

A escolha da origem doenxerto e da compatibilidade do doador é fundamental para o sucesso do TCHT empacientes pediátricos com AA. Enxertos de medula óssea e doadores com maiorcompatibilidade resultam em melhores desfechos. As taxas de mortalidade sugerema necessidade de estratégias de tratamento individualizadas e gestão rigorosa dosriscos. Futuras pesquisas devem focar na otimização do tratamento para melhorar asobrevida e a qualidade de vida dos pacientes brasileiros.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas