
Analisar o prognóstico de pacientes com anemia aplástica (AA) submetidos à terapia de transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico.
Material e métodosTrata-se de uma revisão integrativa da literatura, que, para tal, foram utilizados os descritores “Hematopoietic Stem Cell Transplantation”, “Anemia, Aplastic” e “Prognosis”. Foram incluídos artigos originais nos idiomas inglês, português e chinês publicados no período de 2019 a 2024 e os critérios de exclusão foram artigos com texto completo não disponíveis gratuitamente. As buscas foram realizadas nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed, LILACS, MEDLINE e SCIELO, sendo encontrados 558 artigos, porém apenas 10 atendiam aos critérios.
ResultadosSegundo os dados coletados, foi observado que pacientes submetidos ao TCTH alogênico podem ter variados desfechos de acordo com sua idade - em indivíduos de 25 à 50 anos, apresentaram boa evolução de desempenho do tecido comparado à outros grupos, principalmente em casos de doador irmão compatível, com sobrevida global podendo variar de 86,5 à 100% em 3 anos; por outro lado, em um grupo de 499 pacientes com AA grave com idade maior que 50 anos, notou-se uma sobrevida global de 56%, apesar de que foi-se observado um maior benefício àqueles com menores cargas de comorbidades prévias. Além disso, outros fatores foram analisados em pacientes pós-transplantados, chegando à 71% destes desenvolverem sarcopenia em 1 ano pós-procedimento.
DiscussãoAA é uma condição de hipoproliferação da medula óssea, podendo ser causada por fatores congênitos (conhecida como tipo Fanconi), adquiridos (alvo de processo autoimune) ou secundários (lesão direta à medula por radiação ou fármacos), levando a uma pancitopenia, tendo como tratamento de escolha aos pacientes menores de 50 anos, o TCTH alogênico, diferentemente de pacientes idosos, que são tratados preferencialmente por terapia de imunossupressão. Ao analisar os dados é possível inferir que é necessária uma seleção criteriosa de pacientes para realizarem o TCTH alogênico, já que índices de sobrevida global menores são presentes em maiores de 50 anos e fatores, como sarcopenia e comorbidades prévias, os quais podem ocorrer naturalmente ao longo dos anos, podendo serem agravados pela realização do procedimento nesses pacientes.
ConclusãoPortanto, devido à introdução das células progenitoras citadas em indivíduos com AA, que apresentam sua carência, observa-se elevadas taxas de sobrevida nos pacientes mais jovens, permanecendo como a principal via de tratamento, apesar dos dados analisados em pacientes mais velhos. Todavia, ainda há necessidade de maiores estudos acerca do tema tratado, junto à trabalhos coorte mais controlados e restritivos para melhor análise de sua eficácia.