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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S2-S3 (Outubro 2023)
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ANÁLISE MOLECULAR DE PACIENTES COM ANEMIA DE FANCONI DO ESTADO DE PERNAMBUCO: RELATO DE 3 CASOS
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MLRR Borgesa, JLC Souzab, N Santosa, S Gonzalezc, JL Juniorc, TJM Sallesb
a Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Centro Especializado em Oncohematologia Pediátrica, Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
c Centro de Genética Médica & Centro de Doenças Raras, Instituto Nacional Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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A anemia de Fanconi (AF) é uma doença rara, de base genética heterogênea, tendo sua etiopatogenia relacionada a mutações em genes envolvidos no mecanismo de reparo do DNA. O padrão ouro para o diagnóstico da doença é o teste de fragilidade cromossômica através de agente alquilantes como Diepoxibutano (DEB) e Mitomicina C (MMC). Os sintomas da AF incluem déficit de crescimento, manchas café com leite, alterações esqueléticas, agenesia renal, surdez, alterações hematológicas e hipoplasia/aplasia de medula óssea. No Brasil, há escassez de dados epidemiológicos sobre AF, sendo os estudos sobre a doença ainda escassos na região. Logo, o objetivo deste estudo foi diagnosticar, acompanhar e investigar a base mutacional dos pacientes com AF atendidos no Centro de Oncohematologia pediátrico do estado de Pernambuco. O diagnóstico foi realizado pelo teste de fragilidade cromossômica (MMC) em sangue periférico. A análise citogenética da MO foi realizada por bandeamento G e a triagem do perfil mutacional através de NGS com Nextseq 500, utilizando painel clínico para AF. O paciente 1: 4 anos, sexo masculino, oriundo da região agreste, filho de pais consanguíneos, teste da MMC positivo (score: 62), cariótipo 46,XY, e presença da variante c.2535_2536delCT em homozigose no gene FANCA; paciente 2: 6 anos, sexo masculino, oriundo da região metropolitana de PE, filho de pais consanguíneos, teste MMC positivo (score: 100), cariótipo de MO 47,XY,+21, e presença de duas variantes em heterozigose no FANCG: c.1077-2A>G e c.908T>C; paciente 3: 7 anos, sexo feminino, oriundo da região agreste, teste MMC positivo (score:27), cariótipo de MO 46,XX, e presença de duas variantes no FANCA: c.4011-2A>C e c.1475A>G em heterozigose composta. A trissomia do 21 observada no caso 3 não é um achado característico de AF, mas é comumente associada a LMA, podendo sugerir evolução da doença. O acompanhamento, pelo SUS, através da citogenética de MO em pacientes com AF é de suma importância tendo em vista a identificação precoce de sinais de evolução para SMD ou LMA, uma vez que pacientes portadores de AF possuem risco aumentado de desenvolver neoplasias hematológicas. Mutações relacionadas a AF foram identificadas em 22 genes, sendo os genes FANCA e FANCG os mais frequentes no Brasil. A análise do perfil mutacional do FANCA revelou a presença da variante c.1475A>G, anteriormente não relatada na região Nordeste do Brasil, assim como a mutação c.4011-2A>C, com descrição na literatura. Para o FANCG, foram encontradas as mutações c.1077-2A>G e c.908T>C, sendo a mutação c.908T>C relatada apenas uma vez em pacientes brasileiros com AF. Os estudos envolvendo o perfil genético dos pacientes AF brasileiros ainda são muito escassos. O maior conhecimento deste perfil poderá proporcionar o diagnóstico precoce direcionado, incluindo o aconselhamento genético familiar, resultando em um acompanhamento mais específico e melhorando a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. Além disso, tais estudos poderão contribuir com os dados epidemiológicos sobre a AF, visando reduzir o subdiagnóstico no Brasil, especialmente no Nordeste, e fornecer informações importantes voltada ao manejo clínico no SUS.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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