
Análise e discussão dos registros epidemiológicos de Transplantes de Medula Óssea (TMO) pediátricos de todo o território brasileiro, identificando principais achados.
Materiais e métodosTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo, realizado a partir dos dados coletados no Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) e no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Foram analisados os registros de TMO de 2021 a 2023, abrangendo a distribuição geográfica brasileira, os transplantes pediátricos e os tipos de TMO. Resultados: Foram registrados 42.641 transplantes de órgãos no Brasil, incluindo 12.079 TMO, representando 28,3% do total. O ano de 2023 obteve o maior registro, com 35,2% do total de procedimentos efetivados. A região Sudeste realizou 61,7% dos TMO, seguido por Sul (19,7%), Nordeste (13,9%), Centro-Oeste (4,5%) e Norte (0,2%). Analisando a distribuição por estados, São Paulo representou 41,1% do total, seguido por Paraná (9,9%), Minas Gerais (9,1%) e Rio Grande do Sul (7,3%). Em relação aos tipos de transplante de medula óssea, foram executados 4.703 TMO alogênicos e 7.376 TMO autólogos, indicando que o número de transplantes autólogos é aproximadamente 56,8% maior. Considerando-se os transplantes pediátricos, foram realizados 1.791 TMO, aproximadamente 50,7% do total de transplantes de órgãos nessa categoria. No período analisado, foram feitos 1.263 TMO alogênicos e 528 autólogos em crianças, revelando que o número de transplantes autólogos representa aproximadamente 29,48% dos casos, frente a 60,52% alógenos.
DiscussãoNo período analisado, ocorreram 12.079 transplantes de medula óssea, com destaque para o ano de 2023. Quanto à distribuição espacial, a região predominante foi a Sudeste, que apresentou 61,7% do total dos TMO, seguida da Sul, com 19,7% e da Nordeste, com 13,9%. Ao analisar aprofundadamente os estados, ressaltou-se o estado de São Paulo, responsável por 41,1% dos casos. No tangente ao tipo de transplante, predominou os TMO autólogos em detrimento dos alógenos, apresentando 56,8% e 43,2%, respectivamente. Ocorreram 1.791 TMO em pacientes pediátricos no intervalo analisado, representando 50,7% do total de transplantes na pediatria. Dentre eles, se destacam os alógenos em detrimento dos autólogos, com 60,52% dos TMO. No presente estudo observou-se que as crianças têm um número significativamente maior de transplantes alogênicos em comparação com os adultos.
ConclusãoA análise dos registros epidemiológicos de transplantes de medula óssea pediátricos no Brasil revela uma distribuição geográfica desigual, com predominância na região Sudeste e uma maior prevalência de transplantes alogênicos. Esses resultados destacam a necessidade de políticas de saúde pública que visem à equidade no acesso a esses procedimentos em todas as regiões do país, especialmente para crianças, com o objetivo de melhorar os resultados clínicos e proporcionar tratamentos mais eficazes para doenças hematológicas graves.