
Levantar e analisar dados relacionados à mortalidade por linfoma não-hodgkin no Brasil, entre o período de 2018 a 2022.
Materiais e métodosEstudo epidemiológico ecológico realizado através da coleta de dados no atlas online de mortalidade, de domínio do INCA. Para a análise descritiva da taxa de mortalidade por linfoma não-hodgkin as variáveis utilizadas foram: sexo, faixa etária e regiões do país. As informações foram analisadas entre os anos de 2018 e 2022.
ResultadosNo período analisado, foram identificadas 20.480 mortes por linfoma não-hodgkin no Brasil. Dentre esse número, o sexo mais afetado foi o masculino, com 11.225 mortes (54,8%) em comparação à 9.252 óbitos (45,17%) do sexo feminino. Esse padrão, no que se refere ao sexo, se manteve em todas as regiões do Brasil. Em relação à faixa etária, houve um predomínio da mortalidade entre os 60 e 79 anos, tendo ocorrido 9.665 mortes (47,19%), com uma evidente queda nos números acima dos 80 anos, sendo 3.741 óbitos (18,26%). Porém, entre as mulheres da região sudeste, ocorreu um ligeiro aumento de mortes na faixa etária acima dos 80 anos quando comparado à faixa de 60-69 anos, com uma diferença de 163 mortes.
DiscussãoO linfoma não-hodgkin é uma das malignidades mais comuns no mundo, correspondendo a quase 3% das mortes por câncer e é descrito como tendo uma maior incidência em homens e pessoas acima dos 65 anos. O linfoma difuso de grandes células B é o mais prevalente e é responsável por atingir majoritariamente a população idosa. Nesse estudo epidemiológico, foi evidenciado que no Brasil ocorreram mais mortes em homens e em pessoas na faixa etária de 60 aos 79 anos, o que está de acordo com a literatura e levanta o questionamento do aumento da incidência de doenças crônicas estar associado ao envelhecimento da população. Com isso, a queda da mortalidade acima dos 80 anos por linfoma não-hodgkin em todas as regiões do Brasil pode ser explicada pela expectativa de vida no país, que corresponde a 75,5 anos.
ConclusãoOs resultados da pesquisa elucidam que os dados quanto à mortalidade por linfoma não-hodgkin no Brasil são condizentes com o padrão observado no mundo, isto é, uma incidência maior em homens e em indivíduos na faixa etária acima de 65 anos. Portanto, torna-se imprescindível o investimento em políticas públicas para melhorar as formas de tratamento e controle da doença, visando diminuir o número de óbitos.