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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S543-S544 (Outubro 2022)
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ANÁLISE DOS VALORES ENCONTRADOS EM DOSAGENS SERIADAS DE DÍMEROS-D EM PACIENTES INTERNADOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
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DA Monteiro, IM Menezes, POA Daniel, BS Fernandes, TA Barros
Grupo Fleury de Laboratórios, Brasil
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Objetivos

Analisar criticamente os valores dosados de dímeros D encontrados de forma seriada em pacientes internados.

Materiais e métodos

A partir da análise da base de dados do grupo Fleury de Laboratórios, foram extraídos dos pacientes que tiveram dosados dímeros-D por duas ou mais vezes no período de dezembro de 2021 a maio de 2022, durante sua internação na Casa de Saúde São José, hospital privado de média complexidade do Rio de Janeiro que conta com 209 leitos, incluindo 51 de terapia intensiva: idade, sexo e os valores encontrados em cada uma dessas dosagens. A análise dos dados foi realizada levando em conta a variação máxima entre as dosagens seriadas de cada paciente, a normalização dos valores alterados e o tempo entre primeira e segunda coletas.

Resultados

Foram incluídos 165 pacientes na análise tendo sido realizadas 625 dosagens no  período, com média de 3,8 e mediana de 2 dosagens por paciente (variação de 2 - 22). A mediana de idade dos pacientes foi 77 anos com discreto predomínio do sexo feminino (54%). Já na primeira dosagem 80% dos pacientes apresentavam resultados acima do cutoff utilizado (500 ng/mL). Apesar do intervalo avaliado de seis meses, 96% dos pacientes tiveram a repetição solicitada em intervalo inferior a 30 dias da primeira amostra. Em relação às variações máximas encontradas entre os resultados para um mesmo paciente,  foram superiores a 10% em 86% dos casos. Variações maiores que 20% e 50% entre os valores foram vistos em, respectivamente, 69% e 40% dos indivíduos. Daqueles que apresentaram dosagem de dímeros D alterada na primeira visita, somente 17% tiveram a normalização de seus valores nas visitas subsequentes ao longo da internação e, ao analisarmos apenas os pacientes com dosagem inicial acima de 1.000 ng/mL, esse percentual cai para menos de 9% ao longo do seguimento.

Discussão

A dosagem de dímeros-D, em pacientes admitidos pelo serviço de emergência, tem seu papel reconhecido como excelente ferramenta para excluir o diagnóstico de evento tromboembólico quando a probabilidade pré-teste não é elevada. No entanto, para pacientes internados o seu papel torna-se questionável, pois vários confundidores clínicos e laboratoriais estão presentes. Contudo, durante a pandemia da CoViD-19, esse exame passou a ser utilizado nesse grupo de pacientes para escores prognósticos, uma vez que, quando alterado à admissão, poderia predizer maior gravidade da doença e estar relacionado a desfechos indesejados. Apesar disso, seu uso seriado ao longo da internação dos pacientes não está bem estabelecido na literatura e o valor dessa estratégia é questionável, uma vez que condutas clínicas específicas não deveriam ser tomadas amparadas unicamente pelos valores encontrados. Além disso, cabe ressaltar, trata-se de exame de elevado custo nas análises clínicas. Os achados aqui expostos mostram, porém, não ser rara a repetição do exame em ambiente hospitalar, com intervalos menores que 30 dias, elevada variação dos valores encontrados e incomum normalização ao longo da internação.

Conclusão

A dosagem dos dímeros-D mostrou-se alterada em 80% dos pacientes internados. A repetição do exame ocorreu em elevado número de pacientes, com intervalos curtos entre as dosagens, grande variação dos valores encontrados no mesmo indivíduo e infrequente normalização dos que foram elevados inicialmente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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