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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S695-S696 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S695-S696 (outubro 2024)
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ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA HEMOLÍTICA DO FETO E RECÉM NASCIDO NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA
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JA Silvaa, IMH Torresa, AS Freitasb, MV Meirelesc, A Voltarellid, BZ Navarrettee, LRD Santosf, CFD Pratof, JPF Teixeirag, RSA Calverth
a Centro Universitário de Excelência (UNEX), Feira de Santana, BA, Brasil
b Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
c Universidade Santo Amaro (UNISA), Santo Amaro, SP, Brasil
d Universidade Cesumar (UniCesumar), Maringá, PR, Brasil
e Faculdade de Medicina Santa Marcelina (FASM), São Paulo, SP, Brasil
f Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Tubarão, SC, Brasil
g Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
h Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico das internações pela Doença Hemolítica do Feto e Recém-nascido (DHRN) no SUS nos últimos dez anos.

Métodos

Trata-se de um estudo populacional, descritivo, retrospectivo, de caráter transversal com coleta de dados no Sistema de Morbidade Hospitalar no banco de dados do DATASUS. A população foi composta pelos pacientes internados no Brasil entre maio de 2014 e maio de 2024 em decorrência da DHRN. Os dados foram estratificados de acordo com o número total e por ano de internações, valor total gasto, valor médio por internação do paciente, sexo, raça, número de óbitos e taxa de mortalidade. Por ser uma fonte de dados de acesso público, a aprovação pelo comitê de ética em pesquisa e humanos foi desnecessária.

Resultados

No período analisado, foram registradas 30.335 internações por DHRN, com uma média de 3033 casos/ano. O ano 2018 teve maior número de hospitalizações com 3.490 seguido por 2017, com 3.411 e 2020 com 3.255. Até maio de 2024, foram registrados 979 casos. Por região, houve maior domínio no Sudeste com 45,83% (n = 13.912),seguido por Nordeste 27,61% (n = 8.383), Centro-Oeste 15,45% (n = 4.690), Norte 5,96% (n =1.812) e Sul com 5,06% (n = 1.538). Houve um predomínio do sexo masculino 50,83% (n = 15.430) sobre o feminino 49,10% (n = 14.905). A raça parda registrou o maior número de pacientes com 43,17% (n = 13.096) seguida pela branca com 21,87% (n = 6.635) e sem informação 32,66% (n = 9.914). O tempo médio de hospitalização foi de 5,2 dias conferindo R$ 20.811.446,60 gastos e uma média de 686,05 reais por internação. De todas as internações, 109 foram a óbito, cuja região SE obteve maior número, 72, em seguida o Nordeste, 16, e Norte com 10, expondo uma taxa de mortalidade total de 0,36%.

Discussão

As internações por DHRN oscilaram, com época de aumento anual no intervalo de 2014 a 2018, com 1.718 e 3.490 registros, respectivamente. Houve um período de tendência a declínio de 2020 a 2023, com registros de 3.255 e 2.637 casos. Ademais, observou-se um maior número de internações e óbitos no sexo masculino. A região Sudeste, que concentra cerca de 42% da população do país, segundo dados do IBGE de 2022, foi responsável por 47,7% das internações e 53,1% dos óbitos pela DHRN. Em seguida, as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Norte e, por último, Sul. Além disso, nota-se a importância do custo para as internações com cerca de R$ 603,31 para cada. No quesito sexo, houve um breve domínio masculino. Ademais, observou-se prevalência da raça parda e da branca. A categoria ‘’sem informação’’para raça/cor foi a segunda maior em número de registros, o que dificulta melhor análise dos dados. Embora a taxa de internação seja significativa, a taxa de mortalidade desses pacientes é menor que 1%.

Conclusão

A DHRN persiste como um problema importante de saúde pública no país, indicando falha nos protocolos anti-RhD no diagnóstico pré-natal. Ainda que nos últimos quatro anos tenha ocorrido uma tendência de diminuição do número de casos, os dados descritos revelam a importância de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento considerando a região de distribuição, sexo e raça do paciente acometido pela doença. Destarte, este estudo indica a importância do pré-natal priorizando a profilaxia dadas as desigualdades regionais e socioeconômicas do país. Proporcionando, desse modo, a redução no números de internações pela doença, maior disponibilidade de leitos no SUS e redução de gastos ao sistema.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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