
Analisar o perfil relacionado aos valores de morbidade hospitalar por anemia nutricional na população do sexo feminino brasileira em todas as regiões do país.
Material e métodosEstudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), vinculado ao DATASUS, referentes aos casos de internações por anemia nutricional registrados entre janeiro de 2018 a dezembro de 2022, em pacientes do sexo feminino de todas as faixas etárias e regiões brasileiras.
ResultadosNo período analisado, constatou-se que o total de casos de anemia nutricional entre as pacientes atendidas em ambiente hospitalar foi de 231.132, com maior prevalência no ano de em 2019, totalizando 48.581 (21,02%) casos, seguido por queda de 17,12% em 2020 e gradual aumento do número de internações nos anos seguintes, atingindo, em 2022, 48.531 (21%) casos. Os dados também evidenciaram que a morbidade hospitalar relacionada à anemia nutricional prevalece na região sudeste, que totaliza 103.781 (44,9%) casos, com diminuição significativa de internações em outras regiões. Ademais, observa-se que os índices de tal morbidade é maior em mulheres entre os 40 e 49 anos, somando 34.016 (14,72%) casos e acima dos 80 anos, com 30.802 (13,33%), afetando em maioria pessoas pardas (36,97% dos casos) nas regiões norte, nordeste e centro oeste e secundariamente pessoas brancas (32,69% dos casos) nas regiões sudeste e sul.
DiscussãoA anemia nutricional é tida como uma questão de saúde pública séria, que acomete principalmente as mulheres e aumenta os riscos de morbidade, que por sua vez pode gerar consequências como perda de produtividade, dificuldades cognitivas e maior suscetibilidade à infecções. A partir dos dados obtidos, nota-se maior presença da morbidade por anemia em duas faixas etárias principais, entre os 40 e 49 anos e após os 80 anos, informação corroborada por literaturas anteriores que indicavam aumento das taxas de internação por anemia em mulheres de forma bimodal, com picos nas mesmas faixas etárias obtidas pelos dados do DATASUS. Além disso, as informações colhidas mostram que a maior parte dos casos envolve a região sudeste, o que também é fortalecido por estudos epidemiológicos brasileiros anteriores. Por fim, o maior acometimento relacionado à população parda, seguida pela população branca, também é confirmado por pesquisas brasileiras prévias, o que demonstra a perpetuação do perfil epidemiológico mesmo com a análise de dados mais atualizados.
ConclusãoA morbidade hospitalar por anemia nutricional aumentou de forma gradual em grande parte do período analisado, predominando em pacientes entre 40 e 49 anos e acima dos 80 anos, da raça parda, com maioria de internações na região sudeste. Dessa forma, dado o impacto significativo da morbidade associada a essa questão de saúde pública nas mulheres, destaca-se a relevância do presente estudo ao fornecer uma análise abrangente do perfil dessas internações. Assim, oferece dados atualizados que facilitam intervenções mais direcionadas na prevenção e tratamento, garantindo uma abordagem mais eficiente para essa condição de saúde pública