HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA infecção pelo vírus linfotrópico de células‑ T humano do tipo 1 (HTLV-1: Human T-cell lymphotropic virus 1) e os mecanismos moleculares associados ao o desenvolvimento da leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL: adult T cell leukemia/lymphoma) são ainda desconhecidos. Embora, seja necessário décadas de infecção viral latente até o desenvolvimento da neoplasia T madura, não há um marcador que possa ser utilizado no monitoramento clínico-laboratorial dos portadores assintomáticos de HTLV-1. Estudos sugerem que a utilização do anticorpo monoclonal TRBC1 pode detectar a clonalidade de linfócitos T. Estudos já demonstraram a correlação da diminuição da expressão do marcador de membrana CD7 com a progressão da doença, ambas as análises realizadas por citometria de fluxo.
ObjetivosO objetivo do estudo foi avaliar a expressão do marcador para o receptor de células T β 1 (TRBC1) e da expressão do marcador CD7em linfócitos T CD4+ na identificação de clones malignos em uma amostra de portadores assintomáticos do vírus HTLV-1, pacientes com ATLL e indivíduos saudáveis em São Paulo/SP.
Material e métodosO projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) aprovado sob o número de processo 60994322.4.0000.0068. Critérios de inclusão e exclusão: Este é um estudo de coorte transversal e unicêntrico. A amostragem foi de 18 participantes divididos em três grupos, sendo eles: Grupo Portador Assintomático (1); Grupo Paciente com ATLL (2) e o Grupo Controle (3). No G-1, foram incluídos 11 portadores assintomáticos do vírus HTLV-1. No G-2, a coleta dos pacientes diagnosticados com ATLL foi por amostra de conveniência, sendo incluídos dois casos. E no G-3, foram incluídos cinco indivíduos doadores de plaquetas. No G-1 foram incluídos portadores assintomáticos do vírus HTLV-1, confirmada por duas PCR para HTLV-1 de momentos distintos. Além de não apresentarem expansão T monoclonal. Os critérios de exclusão o G-1 foram: presença de outras infecções agudas ou crônicas concomitantes, outras neoplasias, exceto câncer de pele não melanoma e pacientes com ATLL com forma cutânea tumoral primária. Para o G-3, foram recrutados indivíduos doadores de plaquetas, com limite máximo de duas plaquetaférese, realizadas na Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo. Todos os participantes foram informados sobre o estudo e aceitaram participar ao assinarem o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE).
ResultadosA expressão média dos marcadores CD3+, CD4+ CD7+, TRBC1+ e TRBC1- foi de: G-1: 60,6%, 65,6%, 89,52%, 41,44%, 58,56%. G-2: 73,84%, 88,17%, 37,82%, 14,43% e 85,57%. G-3: 68,85%, 62,24%, 94,49% 38,98% e 61,02%, respectivamente. Verificamos baixa expressão de CD7 e clonalidade monotípica pelo TRBC1 no G.2.
Discussão e conclusãoA diminuição gradativa da expressão de CD7 em estágios avançados da infecção por HTLV-1 e nos pacientes com ATLL é bem descrita na literatura. Nossos resultados demonstraram uma clara diminuição na expressão de CD7 quando comparado entre os três grupos. A relação da expressão de TRBC1+/TRBC1- nas células T CD4+ no grupo 3 foi de (0,64). Os nossos resultados são corroborados com os resultados da literatura que demonstraram uma relação da expressão média do marcador TRBC1+/TRBC1- em células T CD4+ no grupo saudável em 0,75. Este estudo apresenta o número amostral pequeno, sendo necessário ampliar sua amostragem para ter relevância estatística.




