
A COVID-19 é responsável por uma resposta inflamatória sistêmica à infecção viral pelo SARS-COV-2, dentre as respostas imunes do hospedeiro está a liberação exacerbada de Interleucina 6, podendo servir como indicador prognóstico da gravidade e progressão da doença. Objetivo: Verificar a associação entre a Interleucina 6 e o desfecho clínico de pacientes positivos para COVID-19.
Material e métodosTrata-se de um estudo transversal com 52 pacientes adultos, positivos para SARS-CoV-2 e residentes em uma região da Amazônia Legal (São Luís/MA), coletados durante o período março a setembro de 2020 dos quais verificou-se dados sociodemográficos (idade, óbito e sexo), hospitalares (resultado do teste de molecular para COVID-19) e laboratoriais (Interleucina 6-IL6). Os participantes deste estudo foram divididos pelo desfecho da internação-alta e óbito) A análise estatística utilizada foi a curva de sobrevivência de Kaplan-Meir e teste de Log Rank. Os testes foram realizados no programa estatístico IBM SPSS versão 24, com nível de significância de 0,05. Resultados: Dentre os participantes, 61,5% eram do sexo masculino e 38,5% do sexo feminino, com média de idade de 53,71 (± 13,97) anos. No grupo de óbitos a média de idade foi de 58,88 (±18,99) anos e no grupo de alta hospitalar de 52,62 (± 12,71) anos. A IL6 apresentou concentração média de 3,14 (± 2,92) pg/mL no grupo que recebeu alta e 5,72 (± 4,81) pg/mL no grupo que foi a óbito, apresentando significância estatística (p < 0,05). Quanto à análise de sobrevivência, o teste de Log Rank demonstrou não haver diferença entre as distribuições de sobrevivência entre os grupos (p > 0,05), ou seja, tanto o grupo que foi a óbito como o grupo que recebeu alta teve a mesma chance de sobrevivência ao longo do tempo de internação. Discussão: As citocinas são envolvidas em diversos processos da fisiopatologia que são essenciais para a sobrevivência, contudo, quando em excesso podem se tornar prejudicial ao organismo devido ao estado de hiperinflamação crônica como acontece na COVID-19, uma vez que pacientes com a doença possuem níveis mais elevados de citocinas inflamatórias como a IL6.
ConclusãoEste estudo demonstrou que há diferença entre os níveis séricos de IL6 quando comparados os pacientes que foram a óbito em relação aos que receberam alta, mas não o suficiente para a influenciar na análise de sobrevivência. Por outro lado, salienta-se que foi avaliado um tamanho amostral pequeno, e que a IL6 juntamente com outras citocinas podem contribuir para o entendimento e desenvolvimento de futuras estratégias terapêuticas para manejo da COVID-19.