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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S416-S417 (Outubro 2023)
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ANÁLISE DE SOBREVIDA EM PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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ACP Silvaa, NBS Tavaresb, G Augustoa, JG Bigonhaa, LN Chaera, AL Tavaresa, P Vicaria, CEF Gonçalvesa, VLP Figueiredoa
a Serviço de Hematologia, Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (HSPE), Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Paulista (UNIP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

O mieloma múltiplo (MM) é um câncer decorrente da proliferação clonal de plasmócitos na medula óssea. Com os tratamentos disponíveis atualmente foi possível aumentar a sobrevida dos pacientes, mas os desfechos clínicos permanecem divergentes em diferentes regiões. Há pouca informação sobre tratamentos, sobrevida e perfil dos pacientes com MM no Brasil.

Objetivo

Realizar análise de sobrevida em pacientes com MM do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.

Metodologia

Coorte retrospectiva com coleta em prontuário de dados demográficos e clínicos de pacientes com MM atendidos entre 2010 e 2022. Avaliadas sobrevida global (SG) e livre de progressão (SLP) com a curva de Kaplan-Meier, teste log-rank e análise de regressão de Cox.

Resultados

Amostra com 99 pacientes (49 homens); mediana de 64 anos ao diagnóstico (40 a 89); subtipos: IgG 54,5%, IgA 17,2%, cadeia leve 23,2% e sem informação 5,1%; estadiamento International Staging System (ISS): I 10%, II 34%, III 38% e sem dados 17%. Em 1ªlinha, 66,7% receberam bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona (VCD), 77,9% receberam protocolos com bortezomibe. Em 2ªlinha ou posterior, 15% daratumumabe e 6% carfilzomibe. SG mediana foi de 77 meses (IC95%: 42,3 - 111,6) e a SLP de 27 meses (IC95%: 16,5 - 37,4). Atingiram resposta completa 12,1%, resposta parcial muito boa 20,2% e sem dados de resposta em 43,4%. Submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) 30,3% dos pacientes, com SG e SLP de 117 e 54 meses respectivamente. No grupo não submetido a TCTH, a SG e SLP foram de 70 e 21 meses com p = 0,026 e <0,0001 respectivamente. Apresentaram significância para SG o número de ciclos na 1ªlinha com HR 0,67 (IC95% 0,53-0,86, p = 0,002) e o TCTH com HR 0,11 (IC95% 0,33-0,39, p = 0,001). O subtipo do MM e ISS não influenciaram a SG e SLP.

Discussão

O MM representa cerca de 15% das malignidades hematológicas, mais incidente em idosos acima de 60 anos. Após 16 anos do uso do bortezomibe, os estudos demonstraram melhora em sobrevida com segurança, portanto essa droga é utilizada em diversos protocolos. A SG em estudos varia de 61 a 67 meses e a SLP varia de 31 a 38 meses, com as maiores taxas encontradas em esquemas com bortezomibe. A maioria dos pacientes deste estudo receberam em 1ª linha regimes com bortezomibe. Estudo MMyBRAve (Brasil), de pacientes diagnosticados entre 2008 a 2016, demonstrou SG de 70 meses, o presente estudo demonstrou SG de 77 meses, que pode ser atribuído à incorporação de novos agentes à 1ªlinha de tratamento. Sabe-se que os imunomoduladores e os inibidores de proteassoma associados ao TCTH melhoraram a sobrevida, entretanto o TCTH não é uma opção viável em aproximadamente 75% dos casos, seja devido à idade, comorbidades ou indisponibilidade nos serviços. Atualmente, apesar de se questionar o papel do TCTH, este permanece como padrão terapêutico para os pacientes elegíveis. Neste estudo, ambas SG e SLP foram maiores com TCTH e, divergindo da literatura, o ISS não influenciou a sobrevida, o que pode ser explicadopelo tamanho e falta de dados do estadiamento em 17% da amostra.

Conclusão

O tratamento do MM permanece heterogêneo a depender da disponibilidade das drogas, portanto estudos de vida real, como o apresentado, são importantes para melhor caracterização clínica quanto às respostas e desfechos em diferentes serviços.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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