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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S829 (Outubro 2023)
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ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS CARDÍACAS COM O USO DE TÉCNICA DE CONSERVAÇÃO DE SANGUE INTRAOPERATÓRIA
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328
MCL Silva, KCG Alves, EAF Oliveira, FCV Perini, SD Vieira, LFF Dalmazzo
Grupo GSH, Brasil
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HEMO 2023

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Introdução

A cirurgia cardíaca é uma das principais cirurgias de grande porte com alto potencial para perda sanguínea perioperatória e subsequente transfusão de sangue e hemoderivados, com isso todo procedimento requer reserva de hemocomponentes. Dados da literatura nos mostram que uma minoria dos pacientes das cirurgias cardíacas consome mais de 80% dos produtos sanguíneos, portanto por se tratar de cirurgia com alta previsibilidade de sangramento, devem ser usadas técnicas alternativas para redução de uso de transfusão alogênica. O uso da recuperação de sangue autóloga intraoperatório é uma técnica amplamente utilizada no nosso serviço; visando além do gerenciamento do sangue do próprio paciente a manutenção do nosso estoque.

Objetivos

Analisar a taxa de utilização das reservas cardíacas com o uso de técnica de conservação de sangue intraoperatória em um Hospital de alta complexidade de São Paulo.

Materiais e métodos

Realizada análise em 431 procedimentos cardíacos com utilização de técnica de conservação de sangue intraoperatória durante o período de junho/2022 à junho/2023 do qual foram coletados dados das fichas de recuperação intraoperatória de cirurgias em adultos e crianças.

Resultados

Dos 431 procedimentos cardíacos, 142 (33%) foram realizadas em crianças e 289 (67%) em adultos, todos procedimentos foram realizados com o uso de autotransfusão intraoperatório, em relação aos adultos as principais cirurgias foram Troca Valvar (37,59%) e Revascularização do Miocárdio (35,27%). Se tratando das crianças, as principais cirurgias são comunicação interatrial e interventricular (26,3%) e redirecionamento do fluxo sanguíneo (15%). O número total de bolsas reservadas foram 1582, destas foram utilizadas 483 unidades com uma taxa de utilização de 30,53%, quando segregado entre adultos e crianças, temos 390 reservados com uma taxa de utilização de 65,12% para as crianças, já para os adultos foram reservados 1192 com uma taxa de utilização de 12,21%. Importante ressaltar que dos 431 procedimentos cardíacos 180 (41,7%) não utilizaram nenhum tipo de hemocomponente, apenas o recuperado intraoperatório com uma média de recuperado de 468 mL correspondente a 1,21 unidades recuperadas, quando segregado entre adultos e crianças encontramos um volume médio para adultos de 500 mL e 389 mL para crianças.

Discussão

Podemos perceber que a taxa de utilização geral é um pouco maior que do que foi reservado, as cirurgias cardíacas pediátricas têm uma taxa de utilização maior que nos adultos (65%×12%), isso pode ser atribuído as particularidades dessas cirurgias, principalmente pelo uso da Circulação Extracorpórea (CEC) na grande maioria dos pacientes com uso de hemocomponentes na própria CEC. Outro dado observado é que quase metade dos procedimentos não utilizaram nenhum tipo de hemocomponente o que pode ser atribuído em grande parte pelo uso da técnica de autotransfusão intraoperatória, corroborando a importância de utilizarmos técnicas de conservação de sangue do próprio paciente em cirurgias de grande porte como as cardíacas.

Conclusão

Reforçamos a importância de todas as instituições terem um protocolo de reserva adequado a sua realidade e aliado a isso ter uma interação entre as diversas especialidades, incluindo o serviço de hemoterapia presente no hospital para conseguir com isso ter um gerenciamento do sangue do próprio paciente baseado nos preceitos do Patient Blood Management (PBM).

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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