
Avaliar a frequência dos sintomas relatados nos registros de atendimento às reações adversas às doações de sangue total e aférese na Fundação Hemominas (FH), no período de janeiro a dezembro de 2023.
Material e métodosTrata-se de um estudo analítico, descritivo, retrospectivo, realizado através do levantamento de dados dos registros eletrônicos do software utilizado para armazenamento das informações do ciclo do sangue, módulo business intelligence BI . As informações foram extraídas do item “evolução”, onde a equipe multidisciplinar realiza os registros de atendimento às reações adversas à doação de sangue. Os sintomas mais frequentes foram avaliados quanto aos itens sexo e faixa etária.
ResultadosForam identificados 39 sintomas nos registros. Em 2023 foram coletadas 283.233 bolsas na FH. Do total de atendimentos neste período foram registradas reações adversas em 3,1%. Os sintomas mais frequentes identificados neste estudo foram: Palidez Cutânea – 19,9%; Tontura – 16,7%; Fraqueza – 12,1%; Hipotensão – 9,9%; Sudorese – 9,3%; Ansiedade – 8,2%; Náusea – 7,1%.
DiscussãoTodos sintomas avaliados apresentaram incidência maior em doadoras do sexo feminino (aproximadamente 75%). O número de comparecimentos de doadores do sexo masculino na Fundação Hemominas corresponde a 52% e a inaptidão clínica em doadoras do sexo feminino é significativamente maior (19%) do que doadores homens (14%). Os sintomas “sudorese”, “tontura”e “palidez”cutânea foram os sintomas mais frequentes no sexo masculino e os sintomas de tontura, fraqueza e hipotensão foram os mais frequentes no sexo feminino. Foi observado na maioria dos sintomas avaliados que houve uma frequência maior de registros em doadores e doadoras na faixa etária de 16 a 34 anos, correspondendo, em média, 51 a 65% dos registros. Os sintomas “fraqueza”e “ansiedade”apresentaram resultados diferentes dos demais, foram mais frequentes na faixa etária de 16 a 26 anos (em média 66% dos registros). Vale destacar que doadores de 16 a 29 anos correspondem a 35% do total de doadores na FH, tornando o registro de sintomas em doadores na faixa etária superior ainda menor.
ConclusãoA análise mostra que houve uma frequência de registros de sintomas maior em doadoras do sexo feminino e doadores de faixa etária de 16 a 34 anos. Cabe ressaltar a necessidade de estudos mais aprofundados, que analisem o perfil sociodemográfico, epidemiológico e os principais mecanismos associados das reações adversas, de forma a garantir uma política nacional que permita aumentar o número de comparecimento de doadores e o aumento da doação voluntária de sangue no Brasil.