HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo de câncer hematológico caracterizado pela proliferação descontrolada de células mieloides imaturas na medula óssea, comprometendo a produção normal de células sanguíneas. LMA apresenta grande heterogeneidade genética e molecular, o que influencia o prognóstico e a resposta ao tratamento, sendo a neoplasia mieloide mais agressiva e com piores desfechos clínicos. O gene PTP4A3 codifica uma tirosina fosfatase envolvida em processos como proliferação, migração e invasão celular, sendo frequentemente superexpresso em diversos tumores, estando associado principalmente a câncer colorretal e câncer de ovário. Atua promovendo a progressão tumoral ao modular vias como PI3K/Akt e MAPK, além de favorecer angiogênese e remodelação do citoesqueleto. Estudos têm associado a alta expressão de PTP4A3 a piores prognósticos e maior agressividade tumoral, sugerindo seu potencial como biomarcador e alvo terapêutico.
ObjetivosDesta forma, o objetivo do estudo foi caracterizar o impacto do PTP4A3 sob os desfechos de sobrevida, características clínicas e funções biológicas em pacientes com LMA que receberam terapia curativa.
Material e métodosForam utilizados dados de sequenciamento de RNA, características e desfechos clínicos de pacientes com LMA depositados no cBioPortal for Cancer Genomics. Os transcritos de RNAseq das coortes do TCGA foram pré-classificados de acordo com sua expressão diferencial, comparando amostras com alta e baixa expressão de PTP4A3. A sobrevida global e a sobrevida livre de doença da coorte TCGA foram investigadas pelo modelo de regressão de Cox. Análises de correlação, associação e comparação entre grupos foram realizados. A análise de enriquecimento gênico (GSEA) pré-rankeada foi realizada para identificar as vias de sinalização relacionadas à expressão de PIP4K2s. FDR<0.25 e p valor < 0.05 foram considerados estatisticamente significativos.
ResultadosEm pacientes com LMA, os altos níveis de PTP4A3 impactaram negativamente a sobrevida global e livre de doença (HR > 1, p < 0.05). A alta expressão de PTP4A3 foi associada com grupos de piores riscos moleculares e contagem de leucócitos e foi um fator independente de prognóstico. Nas análises de genômica funcional, a alta expressão de PTP4A3 foi associada com diversos processos biológicos e moleculares, dos quais destacamos: vias de sinalização IL-6/JAK2/STAT3, TNFA/NFKB, IL2/STAT5.
Discussão e conclusãoOs dados obtidos demonstram que pacientes com LMA com alta expressão de PTP4A3 apresentam um prognóstico desfavorável. A expressão diferencial está associada a vias relevantes na leucemogênese, com papel no crescimento, proliferação e sobrevivência celular. Esses achados reforçam o potencial de PTP4A3 como marcador prognóstico e possível alvo molecular. Uma abordagem farmacológica direcionada pode representar uma estratégia promissora para terapias mais eficazes.
FinanciamentoFAPESP, CNPq e CAPES.




