
Evidenciar o quantitativo de descarte de hemocomponentes nas agências transfusionais de um Hospital localizado em Juiz de Fora na zona da mata mineira e outro localizado na zona Norte do estado do Rio de janeiro no período de um ano, cujo os perfis transfusionais são semelhantes, porém a distância para o Centro Produtor e para outras unidades pode ser fator influenciador no volume descartado.
MétodoForam selecionadas duas agências transfusionais, uma localizada perto do centro produtor e de outras unidades da regional, na capital Rio de Janeiro, para traçar um comparativo do volume de descarte com uma unidade localizada em Juiz de Fora/MG. Os dados foram apurados a partir do sistema interno informatizado Realblood e da plataforma online PowerBi, permitindo uma análise retrospectiva ao longo de um ano, de janeiro a dezembro de 2022.”.
Resultados e discussãoDurante o período de janeiro a dezembro de 2022, na unidade localizada em Juiz de Fora, foram realizados um total de 2207 transfusões, e 242 bolsas de hemocomponentes foram descartadas. Do total de 2207 hemocomponentes transfundidos, 1168 foram hemácias (52,94%), com 6 hemocomponentes eritrocitários descartados. Foram transfundidas 71 bolsas de crioprecipitados (3,20%), e apenas 3 bolsas foram descartadas. Também foram realizadas 65 transfusões de plasma fresco congelado ou PFC (2,90%), e um total de 21 bolsas foram descartadas. Por fim, 904 plaquetas foram transfundidas (40,96%), e 212 unidades foram descartadas. O principal motivo para o descarte de hemocomponentes plaquetários é o distanciamento da agência em relação ao centro produtor e outras agências do grupo GSH. Essa distância dificulta o remanejamento dos hemocomponentes, a logística complexa resultante torna mais difícil o aproveitamento total dos hemocomponentes plaquetários, levando ao descarte quando não podem ser utilizados a tempo, já que a validade desse hemocomponente é de apenas 5 dias. Na unidade localizada na Zona Norte, foram realizadas 2325 transfusões de hemocomponentes no período avaliado. Do total, 1368 bolsas foram de hemácias (58,85%), 561 de concentrado de plaquetas (24,13%), 327 de plasma fresco congelado (14,06%) e 69 de crioprecipitado (2,96%). Houve um total de 193 bolsas descartadas nesse período. O descarte incluiu 59 hemocomponentes eritrocitários, 75 concentrados de plaquetas (todos por validade vencida), 44 plasmas frescos congelados e 15 unidades de crioprecipitado.
ConclusãoOs resultados demonstram que a agência transfusional localizada na unidade hospitalar da Região Norte no RJ descartou 49 bolsas a menos do que a agência de Juiz de Fora em MG. Essa discrepância nos descartes pode ser atribuída à complexidade logística e maior dificuldade no remanejamento de hemocomponentes devido à distância do centro produtor e de outras agências da Regional. Mesmo com esforços para um gerenciamento eficiente de estoque e demanda, a logística de transporte pode ser um fator crítico na redução do descarte de hemocomponentes.