Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2220
Acesso de texto completo
ANÁLISE CLÍNICA E HEMATOLÓGICA COMPARATIVA DE CASOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE LINHAGEM T EM FAIXAS ETÁRIAS DISTINTAS
Visitas
86
JS Oliveiraa, MB Oliveiraa, KB Rodriguesa, YS Santosa, CG Aragãob, MS Aquinoa, MM Bernardesc, AV Wanderleyc, LC Pantojac, BM Khayata, AS Khayata
a Núcleo de Pesquisa em Oncologia, Belém, PA, Brasil
b Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
c Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL), Belém, PA, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum na infância, correspondendo a cerca de 35% dos casos de câncer pediátrico e sendo uma das principais causas de mortalidade em crianças e adolescentes. Classifica-se, conforme a linhagem das células precursoras linfoides, em dois subtipos: LLA de células B (LLA- B) e LLA de células T (LLA-T), esta última responsável por aproximadamente 15% dos casos pediátricos. Entre as alterações moleculares recorrentes, destaca-se a fusão gênica SIL::TAL1, associada à desregulação do fator de transcrição TAL1, com aumento da proliferação celular e pior prognóstico. Evidências relacionam esse biomarcador à hiperleucocitose, LDH elevado e risco de síndrome de lise tumoral. Este relato compara os perfis clínico-laboratoriais de dois pacientes do sexo masculino, uma criança (3 anos) um adolescente (13 anos), com LLA-T associada à deleção 1p32, avaliando a influência da idade nos aspectos hematológicos e bioquímicos dessa alteração genética.

Descrição do caso

A análise comparativa entre os dois casos, de pacientes do sexo masculino com faixas etárias distintas, revela diferenças significativas no perfil da neoplasia, as quais podem refletir distintos estágios evolutivos e prognósticos da LLA. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 4.040.805. O primeiro caso, envolvendo uma criança de 3 anos, apresenta alterações hematológicas discretas, com leucocitose moderada (13.980/mm3), trombocitose e anemia leve (468.000/mm3 e 9,1 g/dL, respectivamente). Os marcadores de lise celular, como LDH (344 U/L) e ácido úrico (2,6 mg/dL), mantiveram-se dentro de limites pouco expressivos, sugerindo uma menor carga tumoral e, consequentemente, menor risco para complicações metabólicas. O funcionamento renal e hepático não apresentou alterações relevantes. Observa-se, com base nesses dados, uma manifestação mais lenta e menos agressiva da LLA, frequentemente observada em pacientes mais jovens, e que pode estar associada a melhor resposta terapêutica inicial e prognóstico mais favorável, conforme descrito na literatura. Em contrapartida, o segundo caso, com paciente de 13 anos, revela um quadro hematológico e bioquímico mais grave. A leucocitose acentuada (111.300/mm3) e a trombocitopenia severa (26.000/mm3) indicam intenso comprometimento da medula óssea. A elevação marcada da LDH (1.088 U/L) e do ácido úrico (10,7 mg/dL) sugere alta taxa de proliferação e lise celular, configurando risco aumentado de síndrome de lise tumoral. A função renal está no limite superior da normalidade, com ureia de 35 mg/dL e creatinina de 1,0 mg/dL, o que pode indicar sobrecarga renal iminente. As enzimas hepáticas discretamente elevadas também podem refletir envolvimento sistêmico. Este perfil é típico de apresentações mais agressivas da LLA em adolescentes, grupo etário historicamente associado a pior desfecho clínico e necessidade de intervenção terapêutica intensiva.

Conclusão

Apesar de ambos os pacientes apresentarem LLA-T com fusão SIL::TAL1, os perfis clínico-laboratoriais diferem significativamente. O adolescente exibiu indicadores clínico-laboratoriais de doença avançada, como hiperleucocitose, LDH elevado e sinais de lise tumoral, enquanto a criança de 3 anos apresentou parâmetros mais preservados. Esses achados sugerem que a idade pode modular os aspectos hematológicos e bioquímicos, reforçando a necessidade de manejo individualizado.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas