
Aloimunização se caracteriza pela formação de anticorpos contra antígenos não próprios, mas provenientes de um indivíduo geneticamente distinto. Esses anticorpos podem se dirigir contra antígenos eritrocitários pertencentes a sistemas sanguíneos envolvidos com a formação de anticorpos irregulares. Em aloimunizações derivadas de gestações, hemácias fetais alcançam a circulação materna e, por expressarem antígenos paternos, desencadeiam a produção desses anticorpos irregulares. Essas proteínas em uma posterior exposição, passam a reagir contra as hemácias fetais que possuem os antígenos ausentes na mãe, podendo provocar complicações gestacionais como anemia, hiperbilirrubinemia, alteração da pressão coloidosmótica plasmática, bem como a Doença Hemolítica do Recém-nascido – DHRN. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a frequência de aloanticorpos maternos não anti-RhD e sua associação com a doença hemolítica do recém-nascido. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, do tipo levantamento bibliográfico, que utilizou as bases de dados Periódico Capes, Pubmed e Science Direct. Essa pesquisa evidenciou 871 artigos dos quais, depois de selecionados pelos critérios de inclusão e exclusão, 46 foram incluídos. Os anticorpos dirigidos contra antígenos dos sistemas Rh (além do Rh-D), Kell, Kidd, Duffy e MNS são aqueles frequentemente associados com complicações gestacionais e com a DHRN. A presença de associações de aloanticorpos maternos apresenta maior envolvimento e maior de gravidade no desenvolvimento da eritroblastose fetal (sinônimo da DHRN). Complicações hipertensivas, parto prematuro, abortos, anemia e hiperbilirrubinemia são as principais alterações gestacionais atribuídas à presença de aloanticorpos. Fototerapia, imunoglobulina intravenosa, transfusões intrauterinas e exsanguíneo transfusão são as principais formas de terapias adotadas na vigência das complicações da doença hemolítica do recém-nascido. Assim, testes laboratoriais para identificação de aloanticorpos, fenotipagem eritrocitária, imunoglobulina intravenosa, fototerapia, transfusões intrauterinas, exsanguíneo transfusão, políticas de prevenção contra aloimunização em mulheres transfundidas em idade fértil e conscientização dos profissionais de saúde sobre a fisiopatologia e terapêutica da DHRN e complicações gestacionais decorridas da aloimunização podem minimizar e prevenir os efeitos deletérios desencadeados pelos aloanticorpos maternos.