
O sangue é um produto insubstituível e as transfusões são utilizadas como suporte ao tratamento de várias doenças. O projeto de extensão “Amizade Compatível–uma doação para a vida”promove ações de conscientização da importância da doação de sangue (DS) com o público jovem para aproximá-los do problema social da manutenção dos estoques pelos hemocentros. O objetivo deste trabalho foi conscientizar adolescentes sobre a importância da DS e, ao mesmo tempo, tornar significativo o ensino do tema “tipos sanguíneos (TS) e compatibilidade”na disciplina de ciências do ensino fundamental II (EFII).
Material e métodosApós desenvolvimento por extensionistas de uma Universidade de um jogo para dispositivos móveis que aborda os temas “TS, compatibilidade sanguínea e DS”e da disponibilização, de forma gratuita, na Playstore, foi promovida formação com 44 alunos do sexto e sétimos anos do EF II de uma escola. Foram discutidos os componentes do sangue, importância da DS e seus critérios, também foi apresentado o objetivo do jogo e de suas personagens. Foi proposto aos alunos que jogassem e conversassem sobre os TS e a DS com seus familiares. Após uma semana, os extensionistas retornaram a escola e convidaram os alunos a responderem questões como: idade, se tinham conhecimento que há diferentes TS e que pais podem ter TS diferentes dos filhos, se conheciam seu TS (se sim, ele deveria assinalar o seu), se conhecem alguém que já doou sangue ou que tem vontade de doar e que já precisou de DS, se tinham conhecimento da idade que pode iniciar a DS e, por fim, se na vida escolar, já haviam aprendido sobre a DS. Os resultados estão apresentados em número absoluto e porcentagem.
ResultadosDos 44 alunos que participaram da formação, 39 (89%) responderam as questões. A idade variou entre 10-14 anos. 38 (97%) tinham conhecimento que há diferentes TS e 31 (79%) que pais podem ter TS diferentes dos filhos. 20 (51%) conheciam seu TS e os de maior prevalência foram os tipos O e A positivos. 31 (79%) conhecem alguém que já doou sangue e 30 (77%) que tem vontade de doar sangue. 27 (69%) relataram que não conhecem pessoas que precisaram de sangue. 26 (67%) responderam que a idade que se pode doar sangue é de 16 anos. 20 (51%) relataram que haviam aprendido sobre o tema DS na vida escolar.
DiscussãoOs alunos demonstraram interesse e fizeram perguntas sobre o sangue e sobre critérios para DS. O período de formação esclareceu dúvidas, mas não foi capaz de atingir 100% dos alunos no critério de idade para início da DS. O jogo foi utilizado como maneira interativa e didática para esclarecer informações sobre a DS e os TS. Observou-se que os alunos conversaram com seus familiares pois foi descrito que eles realizaram a doação de sangue ou que tem vontade de doar, entretanto, somente metade dos alunos tinham conhecimento do seu TS, o que mostra, que os seus familiares, desconhecem ou talvez não tenham tido vontade de esclarecer ao aluno. O sistema de ensino não tem abordado de forma efetiva a cultura para a DS.
ConclusãoAções educativas, realizadas de forma lúdica, podem estimular adolescentes a se tornarem, no futuro, doadores de sangue e, ao socializar com seus familiares, pode fomentar novos doadores de sangue.