
Este trabalho teve o objetivo de demonstrar que os achados laboratoriais encontrados no sangue periférico podem auxiliar e complementar os laudos de mielogramas de pacientes com suspeita de Síndrome Mielodisplásica com Sideroblastos em Anel.
Material e métodosO presente estudo teve aspecto experimental com revisão de literatura, onde elencou-se os principais aspectos encontrados na Síndrome Mielodisplásica para compor o embasamento teórico deste estudo. Foi realizado no laboratório de Citoquímica a metodologia da coloração Azul da Prússia (PERLS) em esfregaço de sangue periférico e em aspirados de Medula óssea. Inicialmente corou-se as lâminas no corador automatizado SPS® pela coloração de May-Gruwald-Giemsa para posteriormente realizar a coloração de PERLS. As lâminas permaneceram em imersão em álcool metílico por 24 horas. Em seguida realizou-se a hidratação das lâminas em água corrente e em água destilada. Foi realizada a imersão das lâminas em uma solução de ácido clorídrico a 2,5% e ferrocianeto de potássio a 2,5%, após lavagem e secagem das lâminas, estas foram submetidas em imersão em uma solução de vermelho rápido nuclear. Por fim, realizou-se a desidratação do material em cubas contendo álcool metílico e xilol.
ResultadosFoi observado no esfregaço de sangue periférico corado por May-Grunwald-Giemsa a presença de corpúsculos de Pappenheimer reportados em laudo. No mielograma foi evidenciado a presença de precursores eritróides. Para confirmar os achados em questão, foi realizada a coloração PERLS nos dois materiais (sangue periférico e mielograma), que evidenciou respectivamente a presença de grânulos de depósitos de ferro nas hemácias (corpúsculo de Pappenheimer) e Sideroblastos em Anel.
Discussão e conclusãoO presente estudo evidenciou que a avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo é extremamente importante para complementar o laudo, sendo relatado quando observado a presença de corpúsculos de Pappenheimer (em sangue periférico) e Sideroblastos em Anel (em aspirados de medula óssea), ambos evidenciados de forma específica pela coloração de PERLS. Sendo assim, devido à sensibilidade desta técnica, destacou-se a sua importância como ferramenta auxiliar no diagnóstico preciso da Síndrome Mielodisplásica com Anemia Sideroblástica, permitindo assim, intervenções terapêuticas mais adequadas para os pacientes.