HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosCirurgias ortopédicas de grande porte, como artroplastias e correções de fraturas complexas, apresentam elevado risco de complicações tromboembólicas e de perda sanguínea significativa, exigindo manejo hematológico cuidadoso. A prevenção de trombose e o uso racional de hemocomponentes são essenciais para reduzir morbimortalidade e otimizar resultados.
ObjetivosRevisar as evidências científicas sobre prevenção de Tromboembolismo Venoso (TEV) e estratégias de manejo transfusional em pacientes submetidos à cirurgia ortopédica, destacando protocolos baseados em evidências.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases SciELO, PubMed e Google Scholar (2015–2025). A busca utilizou descritores DeCS e MeSH combinados por operadores booleanos: ("Orthopedic Surgery" OR "Cirurgia Ortopédica") AND ("Venous Thromboembolism" OR "Tromboembolismo Venoso") AND ("Blood Transfusion" OR "Transfusão de Sangue") AND ("Hematology" OR "Hematologia"). Foram incluídas revisões sistemáticas, metanálises e diretrizes publicadas nos últimos dez anos, abordando adultos em contexto cirúrgico ortopédico. Excluíram- se estudos pediátricos, artigos duplicados ou em idiomas não selecionados. A seleção ocorreu em três etapas: triagem de títulos, leitura de resumos e análise do texto completo, resultando em 18 estudos incluídos.
Discussão e ConclusãoAs evidências apontam que o risco de TEV é elevado nas primeiras semanas após cirurgias ortopédicas, sendo a profilaxia farmacológica com anticoagulantes (heparinas de baixo peso molecular, rivaroxabana, apixabana) associada a medidas mecânicas (meias de compressão, dispositivos de compressão pneumática) a estratégia mais efetiva. A escolha do fármaco e a duração da profilaxia devem considerar o risco individual de trombose e sangramento. Quanto ao manejo transfusional, protocolos de Patient Blood Management (PBM) demonstram eficácia na redução da exposição a hemocomponentes, combinando diagnóstico e tratamento pré-operatório de anemia, uso criterioso de hemoglobina como gatilho transfusional e técnicas intraoperatórias de conservação sanguínea. A implementação de algoritmos institucionais e treinamento das equipes é determinante para resultados consistentes. A integração de estratégias de prevenção de TEV e manejo transfusional baseadas em evidências é essencial para segurança do paciente em cirurgia ortopédica. A aplicação sistemática de protocolos como o PBM e a profilaxia personalizada do TEV reduz complicações, tempo de internação e custos hospitalares, contribuindo para melhor prognóstico funcional e clínico.
Referências: de Oliveira MSM, et al. Anestesia e hemostasia em cirurgias ortopédicas: o impacto do manejo anestésico no controle do sangramento. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. 2024;6(12):2614-22. de Souza Júnior EP, et al. Anestesia peridural para cirurgia ortopédica de quadril em idosos. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. 2024;6(2):2036-56.
Pavão DM. Artroplastia total do joelho com ou sem isquemia: o uso otimizado do torniquete em um estudo comparativo, prospectivo e randomizado. 2022. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2022. doi:10.11606/T.17.2022.tde-09112022-124337.




