Objetivo: Relatar o perfil tromboelastográfico de pacientes internados com COVID-19. Material e métodos: Foram avaliados resultados de tromboelastometria de cinco pacientes internados em UTI por insuficiência respiratória aguda grave decorrente da infecção causada pelo SARS-CoV-2. Resultados: Nos cinco pacientes avaliados foi observado um menor tempo de formação de coágulo (CFT) nas curvas INTEM e EXTEM, maior firmeza máxima do coágulo (MCF) em INTEM, EXTEM e FIBTEM. Um caso apresentou aumento do ângulo α em INTEM e EXTEM. Os demais parâmetros permaneceram dentro dos valores de normalidade. Discussão: A tromboelastometria rotacional (ROTEM®) já é bastante popular no ambiente cirúrgico, por auxiliar no tratamento de pacientes críticos com hemorragia aguda devido à avaliação global do processo de coagulação e seus resultados rápidos, em comparação com testes de coagulação convencionais (TP, TTPA, fibrinogênio e plaquetas). Com a pandemia deflagrada pela infecção do novo Coronavírus houve aumento de internações e a utilização do ROTEM® ganhou mais espaço também nas UTI's, graças ao seu potencial de monitorização da coagulação por meio de gráficos que descrevem a interação entre todos componentes sanguíneos, como os fatores pró-coagulantes, anticoagulantes naturais, fibrinogênio, plaquetas e o sistema fibrinolítico. Nos pacientes aqui demonstrados, os resultados do ROTEM® indicaram um estado de hipercoagulabilidade, que pode favorecer a intensa polimerização da fibrina e, consequentemente, predispor à trombose. Estes achados se revelam coerentes com a literatura, a qual demonstra associação entre ativação da resposta inflamatória e risco trombótico nas formas graves da COVID-19. Conclusão: Já se sabe que muitos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolvem estados de hipercoagulabilidade, porém ainda não dispomos de testes laboratoriais capazes de predizer o risco trombótico e direcionar a conduta clínica. Contudo, a avaliação da coagulação em tempo real pelo ROTEM® parece uma ferramenta promissora na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos dessa doença e no monitoramento dos agravos dos pacientes internados. Tal avaliação quando feita com precisão e em tempo hábil, poderá auxiliar na determinação do risco trombótico e guiar terapêuticas individualizadas.
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