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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S674 (Outubro 2022)
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COVID-19 - MULTIDISCIPLINAR
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A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE GRUPO SANGUÍNEO ABO NA SUSCETIBILIDADE E LETALIDADE DA COVID-19
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408
CG Freitas, JVDS Bianchi
Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo

Realizar um estudo descritivo, sintetizando, analisando e discutindo as informações mais recentes sobre a influência do sistema de grupo sanguíneo ABO na COVID-19, a partir de uma revisão sobre a biossíntese e base molecular do sistema ABO e sua relação com a suscetibilidade à infecção pelo SARS-CoV-2 e letalidade da doença, a partir da sua relação com trombofilias e eventos cardiovasculares na COVID-19.

Metodologia

Foram realizadas pesquisas em bases de dados e bibliotecas científicas, tais como Pubmed, Scielo, e Nature, utilizando palavras-chave como “COVID-19”, “SARS-CoV2”, “Coronavírus”, “Sistema de Grupo Sanguíneo ABO”, “Hemostasia”, “Trombose”, “Fator de von Willebrand”, “ADAMTS13” e, ao todo, foram utilizados 53 trabalhos, entre livros e artigos científicos, dos quais as informações utilizadas foram cuidadosamente selecionadas a fim atender ao objetivo proposto.

Resultados/Discussão

Além de sua elevada relevância para a clínica transfusional, o sistema de grupo sanguíneo ABO já foi associado à suscetibilidade e fisiopatologia de diversas infecções e enfermidades. Com a pandemia do novo Coronavírus não foi diferente. Estudos relacionaram este grupo de antígenos eritrocitários à suscetibilidade e letalidade da COVID-19, e apontaram uma maior predisposição à infecção para o grupo A, bem como um pior prognóstico da doença, ao passo que, o reduzido número de infectados e óbitos no grupo O poderia indicar um efeito protetor nestes indivíduos. O fenótipo A está relacionado a uma maior predisposição a eventos trombóticos devido ao aumento do FVW na circulação desses indivíduos, fator que, quando somado ao potencial trombogênico da doença causada pelo SARS-CoV2, pode ser um agravante no seu prognóstico, de modo a possibilitar a evolução a um quadro mais grave com implicações cardiovasculares, que podem levar à síndrome do desconforto respiratório agudo, além da ocorrência de trombose venosa profunda, acidente vascular encefálico isquêmico, infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo pulmonar e trombose placentária.

Conclusão

É observada não apenas uma maior vulnerabilidade em relação ao grupo A na infecção pelo SARS-CoV2, como também um maior risco de evolução para a forma grave da doença, possivelmente o que se deve à N-Acetilgalactosamina como elemento facilitador na ancoragem do vírus às células suscetíveis. O efeito contrário é observado para o grupo O, que se encontra em menor proporção nos números de infectados e de óbitos pela doença, sugerindo um efeito protetor nestes indivíduos, que poderia ser explicado pela presença de anticorpos anti-A circulantes no soro, principalmente do isotipo IgG, que seriam mais efetivos na neutralização do vírus contendo antígenos ABO em seu envelope. A predisposição a eventos vaso-oclusivos a partir do Sistema de Grupo Sanguíneo ABO em indivíduos não-O, principalmente no grupo A, é um importante fator que, quando somado ao potencial trombogênico da COVID-19, pode ser um agravante significativo na letalidade da doença causada pelo SARS-CoV2 nesses pacientes, uma vez que, após infectados, a probabilidade de evolução a um quadro mais grave com implicações tromboembólicas é mais elevada devido à maior concentração plasmática de FvW nesses indivíduos.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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