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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S153-S154 (Outubro 2022)
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A EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE CÉLULAS PROGENITORAS LEUCÊMICAS DEFINIDAS POR CD99/CD123 ESTÁ ASSOCIADA À MUTAÇÃO FLT3-ITD E RECAÍDA NA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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LO Marania, AFO Costaa, V Kuznetsovab, JTB Fariaa, CAB Garciaa, PS Scheuchera, J Schiavinatoa, ASG Limaa, R Welnerb, MIA Madeiraa, ABF Gloriac, EM Fagundesc, EC Nunesd, M Higashie, BK Duartef, KB Pagnanof, F Trainaa, EM Regog, LL Figueiredo-Pontesa
a Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Divisão de Hematologia e Oncologia, Departamento de Medicina, UAB Comprehensive Cancer Center, Universidade do Alabama, Birmingham, Estados Unidos
c Divisão de Hematologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
d Divisão de Hematologia, Hospital Universitário, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
e Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
f Centro de Hematologia e Hemoterapia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
g Laboratório de Investigação Médica em Patogênese e Terapia Dirigida em Onco-Imuno-Hematologia (LIM-31), Departamento de Hematologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Introdução

Identificar eventos primários que iniciam e sustentam a proliferação de células-tronco leucêmicas é essencial para escolha de abordagens terapêuticas na Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Além de serem identificadas ao diagnóstico, as Células Progenitoras Leucêmicas (CPLs) indicam persistência da doença, sugerindo que sua presença na medula óssea (MO) tem implicações prognósticas e potencial terapêutico na LMA. A determinação dessas células na subpopulação imatura CD34+CD38− é de difícil acesso, usualmente sua frequência é variável e elas têm alta incidência de expansão na recaída. Embora recém-evidenciados como distintos entre células-tronco leucêmicas e normais a associação da expressão de CD99 e CD123 com subtipos genéticos, estratificação de risco e prognóstico ainda não foram elucidadas e sua avaliação pode ser uma ferramenta de monitoramento no tratamento.

Objetivo

Avaliar a expressão de CD99 e CD123 em CD34+CD38-CPLs e correlacionar sua frequência e intensidade média de fluorescência (IMF) com desfechos clínicos na LMA.

Métodos

Dados clínicos e laboratoriais de 18 MOs de pacientes com LMA de novo (20-65 anos), estratificados pela ELN2017 (exceto mutações TP53 e ASXL1) e acompanhados de 02/2016 a 06/2022, foram avaliados para expressão de CD99/CD123 ao diagnóstico, assim como para suas intensidades médias de fluorescência (IMF). Foram consideradas LPCs as células CD34+/CD38-/low/CD123+ e/ou CD99+ entre o total de blastos. Mutações em FLT3 e NPM1 e rearranjos RUNX1::RUNX1T1 e CBFB::MYH11 foram avaliadas e análises de cariótipo e imunofenotipagem por citometria de fluxo multiparamétrica foram realizadas. Os pacientes foram submetidos a 2 ciclos de indução (Daunorrubicina e citarabina) e 2 ciclos de consolidação (citarabina e/ou transplante de MO).

Resultados

Observou-se que as frequências (CD99: p = ,03; CD123: p = ,04) e IMF (p = ,04) de ambos marcadores foram aumentadas na doença em comparação a controles saudáveis. Quanto à frequência de células duplamente positivas (CD99+CD123+), nenhuma significância estatística foi encontrada. Pacientes de alto risco e com FLT3-ITD mutado apresentaram expressão aumentada de ambos marcadores (CD99, p = ,05 e CD123, p = ,04), enquanto nenhuma diferença foi observada em pacientes com mutação no NPM1, diretamente associada ao bom prognóstico. Em concordância, um aumento na frequência dos dois marcadores foi observado em pacientes que recaíram (p = ,03) quando comparado aos que permaneceram em remissão e a sobrevida global foi menor em pacientes com menor IMF de CD99 (p = ,04).

Discussão

A persistência de CPLs, caracterizada pela expressão de CD99 ou CD123, é considerada uma fonte potencial de recaída. Evidenciamos maior expressão de CD99 e CD123 em pacientes com FLT3-ITD mutado, os quais apresentam uma taxa de recaída de cerca de 35%, o que não foi observado nos pacientes com mutação do NPM1. Considerando a relevância prognóstica do FLT3-ITD, que leva à alta incidência cumulativa de recaída, e que sua avaliação por carga alélica não tem sido clinicamente útil para doença residual mensurável, a quantificação de CPLs pela expressão de CD99/CD123 por CFM pode ser uma boa ferramenta para o monitoramento desse subtipo de LMA. Nossos dados mostram que além de predizerem desfechos ruins, como baixa sobrevida e recaída, a elevada expressão desses marcadores pode ser considerada um fator de prognóstico adverso e terapias-alvo anti-CD99 ou anti-CD123 podem ser uma alternativa para erradicação de CPLs na LMA.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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