Relatar a experiência de uma enfermeira residente em Hemoterapia e Hematologia frente à captação de doadores em um Centro de Referência situado na cidade de Belém, capital do estado do Pará.

Trata-se de um estudo descritivo e qualitativo do tipo relato de experiência acerca da vivência de uma enfermeira residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção em Hemoterapia e Hematologia da Universidade do Estado do Pará, a qual acompanhou o trabalho da Gerência de captação de doadores de um centro de referência em Belém do Pará, no período de julho de 2022, realizando ações junto ao serviço social. Dentre as atividades, destaca-se: campanhas externas, organização de caravanas solidárias, sensibilização através de palestras e acionamento de doadores comuns e fenotipados por telefone.

Foi possível identificar a importância das campanhas externas para que as informações quanto à doação e seus critérios alcance pessoas no dia a dia, sendo um método efetivo. As caravanas solidárias, ocorrem quando na maioria das vezes o ônibus do Hemocentro é disponibilizado para buscar a caravana e deixá-la após a doação, uma estratégia para possibilitar um quantitativo grande de doadores. Acerca das palestras, estas apresentam o ciclo do sangue, esclarecem dúvidas e buscam sensibilizar as pessoas para a realização da doação de sangue e medula óssea. Por fim, o acionamento por telefone de doadores comuns e/ou fenotipados é um trabalho árduo, no qual é listado todos os doadores encontrados no sistema e liga-se solicitando que os mesmos possam realizar nova doação. Salienta-se o quanto todas essas estratégias demandam responsabilidade, organização, reuniões com parceiros e custo; porém nem todas alcançam os resultados esperados.

A doação de sangue que antes era remunerada no Brasil, passou a ser voluntária, anônima e de caráter altruísta; o doador não deve receber nenhum benefício para sua realização. Diante disso, para alguns autores, um dos objetivos da captação é divulgar a doação buscando tornar essa atitude parte do cotidiano da população, um hábito cultural. Para tanto, é necessário sempre esclarecer quaisquer dúvidas e romper mitos envolvendo este ato. Todos os profissionais de serviços de saúde devem ser informados e estarem cientes da sua contribuição social como doadores ou divulgadores, e construir coletivamente o conhecimento, para atingir o fim principal da atividade de captação: a conquista do doador voluntário e sua fidelização.

Acredita-se que a experiência enfatizou a importância de todo o profissional que trabalhe em Hemocentros conhecerem o serviço realizado pela captação de doadores, visto que, é a porta inicial para o ciclo. A enfermagem pode contribuir tendo papel fundamental na educação em saúde, na orientação quanto aos critérios para doação, sendo facilitadora dos conhecimentos e na gestão de ações. Assim, a experiência desta vivência, teve papel fundamental na construção acadêmica e profissional da residência em hemoterapia e hematologia, formando profissionais mais sensíveis frente a temática e sabendo seu papel quanto captador.