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Vol. 42. Issue S2.
Pages 567 (November 2020)
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VISITAS VIRTUAIS A PACIENTES HOSPITALIZADOS POR SEUS ENTES QUERIDOS, DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19, EM UTI DE CENTRO ONCOHEMATOLÓGICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
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2356
L.G.D. Medeirosa, H.H.F. Ferreirab, G.B.C. Juniorc
a Universidade Potiguar, Natal, RN, Brasil
b Liga NorteRiograndense contra o Câncer, Natal, RN, Brasil
c Hemocentro Dalton Cunha (Hemonorte), Natal, RN, Brasil
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Objetivos: Relatar a experiência prática da implementação de visitas virtuais como estratégia institucional de apoio ao paciente em cuidados intensivos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa na modalidade de relato de experiência. O início do trabalho ocorreu em Maio de 2020, após publicação do Manual de Recomendação de Visitas Virtuais, da Liga Norte Riograndense contra o Câncer (LNRCC), ação esta sem prazo para término. A intermediação se deu, inicialmente, através de psicólogos e assistentes sociais que se dispuseram a atuar no auxílio dos encontros virtuais, demandando, com o tempo, a incorporação de outros profissionais (ex: médicos, enfermeiros, técnicos). Isso ocorreu pela necessidade de acompanhamento desses pacientes por um profissional durante a visita, haja vista se tratar, em sua maioria, de idosos ou pessoas debilitadas. A experiência, empregada na UTI/UCI da LNRCC, de suscitar encontros virtuais, proporcionou uma oportunidade de contato entre os pacientes e seus familiares por um intervalo de tempo restrito, para não fadigá-los (geralmente 10 minutos), embora largamente aceito pelos participantes. Foi selecionada a vídeo-chamada para os pacientes que podem falar e interagir com suas famílias, reservando a gravação de áudio para aqueles que estão inconscientes ou não podem se comunicar. Para isso, houve a compra de aparelhos de comunicação a distância, com o objetivo de padronizar a capacitação dos profissionais a um único tipo de equipamento utilizado. Resultados: Houve, por parte dos parentes e amigos, uma rápida e consistente aceitação da proposta, expressa pela cativa frequência com que participavam das visitas virtuais, e a tranquilidade que adquiriam após ela, assim como uma devolutiva favorável dos pacientes, ao evoluírem positivamente no relatório clinico da equipe de psicologia, com ganhos afetivoemocionais bem marcados naqueles que puderam se expressar de forma inteligível. Entretanto, alguns demonstravam certo desconforto com a presença de familiares em um momento de tamanha fragilidade física, postergando o encontro para um possível cenário de menor vulnerabilidade. Outros, ainda, se viram impossibilitados de manter o canal de comunicação com seu núcleo afetivo devido a piora do quadro, geralmente com necessidade de VMI e uso de drogas vasoativas. Discussão: A pandemia trouxe a tona cenários inéditos na vida de milhões de brasileiros, incluindo a aflição frente ao precário contato e repasse de informações sobre seus familiares doentes nos hospitais. E os pacientes, tiveram o infeliz encargo de viver suas vulnerabilidades, sozinhos. Nesse sentido, destaca-se os ganhos advindos da humanização dessa relação, especialmente no contexto historicamente tão sensível da UTI/UCI, levando em consideração a popularização do uso de recursos tecnológicos e as múltiplas possibilidades de sua aplicação nesse campo. Conclusões/considerações finais: Desse modo, levando em conta o aprofundamento do distanciamento intra e extra-hospitalar devido a pandemia, novos instrumentos de promoção do cuidado devem ser aperfeiçoados e consolidados na prática clinica, como a iniciativa acima.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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