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Vol. 44. Issue S2.
Pages S376-S377 (October 2022)
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TRIAGEM DE HEMOGLOBINA VARIANTE NA POPULAÇÃO ADULTA DE DOADORES DE SANGUE EM UM HEMOCENTRO PÚBLICO DO RECIFE
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JCA Tavares, AC Pinheiro, JFLD Santos, RMD Leandro-Neta, LPL Miranda, SAL Silva, AS Estima, JRA Guedes, DAT Melo, AFC Oliveira
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

As hemoglobinas variantes são decorrentes de alterações estruturais na hemoglobina que promovem a formação de moléculas com características bioquímicas diferentes das hemoglobinas normais. As hemoglobinopatias constituem alterações autossômicas, na maioria das vezes recessivas, caracterizadas pela produção de hemoglobinas estruturalmente anormais ou pelo desequilíbrio no ritmo de síntese das cadeias globínicas. A triagem da hemoglobina variante (heterozigotos para hemoglobina S ou C) nos doadores de sangue tem a função de identificá-las de forma precoce e fazer aconselhamento genético para evitar hemoglobinopatias, em especial a anemia falciforme.

Objetivo

Identificar a frequência de hemoglobinas variantes na população adulta de doadores de sangue em um hemocentro público do Recife.

Metodologia

Foram investigados através de amostras de sangue periférico pelo método de eletroforese de hemoglobina os tipos de hemoglobina variantes na população de doadores de sangue do Hemocentro Público em Recife no período de junho de 2020 a maio de 2022. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal, retrospectivo, utilizando de estatística descritiva.

Resultados

Foram analisados 69.098 amostras de sangue venoso no período de junho de 2020 a maio de 2021, com 46.253 (66,94%) do sexo masculino e 22.845 (33,06%) do sexo feminino, foram identificados 879 (1,2%) portadores de hemoglobina variante, com 742 (84,41%) com AS (traço falciforme), ou seja 1,07% do total de amostras e 137(15,59%) com AC(hemoglobinopatia AC), correspondendo a 0,19%. No grupo AS (742), identificamos 476 (64,15%) do sexo masculino, a raça parda foi autodeclarada sendo a mais prevalente em 463 doadores (62,39%) e a faixa etária mais frequente foi dos 18 as 29 anos em 298 doadores (40,16%). No período de junho de 2021 a maio de 2022 foram identificados 644 (0,9%) de 66.283 amostras de sangue, sendo 44.734 (67,49%) do sexo masculino e 21.549 (32,51%) do sexo feminino com hemoglobina variante com o perfil de 526 (81,68%) portadores de AS (0,79% do total de amostras) e 118 (18,32%) portadores de AC, correspondendo a 0,17% do total de amostras desse período. Para o grupo AS (526), foram identificados 61,21% do sexo masculino, raça parda em 66,53% e 40,68% com faixa etária dos 18 aos 29 anos. Para o grupo AC, verificamos que o sexo masculino, a raça parda e a faixa etária dos 18 aos 29 anos foram as mais prevalentes em ambos os períodos avaliados.

Discussão

:Uma das alterações hematológicas de maior frequência no Brasil é o traço falciforme que varia de 0,43% a 9,80%, dependendo da região do país. Os heterozigotos para AC são o segundo mais prevalente na população brasileira, variando entre 0,3% a 1,0%. A frequência da nossa pesquisa foi semelhante à da encontrada na literatura e percebemos que houve uma diminuição dos casos de hemoglobina variante no período de junho de 2021 a maio de 2022, como também uma diminuição no número de doações. A triagem do doador tem importância para aqueles que estão em idade fértil e não foram triados pelo teste de triagem neonatal, uma vez que permite a orientação destes indivíduos sobre sua condição genética e o risco que pode existir ao se gerar crianças com anemia falciforme e dessa forma reduzir os custos com futuras complicações e tratamento para pacientes com doença falciforme.

Conclusão

É relevante a realização de triagem em doadores de sangue para hemoglobinas variantes, a partir da eletroforese de hemoglobina em indivíduos sadios com a finalidade de identificá-las precocemente, principalmente o traço falciforme.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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