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Vol. 44. Issue S2.
Pages S328 (October 2022)
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TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NO BRASIL: DISTRIBUIÇÃO E PERFIL DE DOADORES CADASTRADOS ENTRE 2015 E 2022
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GG Almeida, LF Cardoso, CRC Paiva, JPV Jardim
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Análise e identificação de tendências de doadores cadastrados para transplante de medula óssea no Brasil no sistema REDOME nas diferentes regiões brasileiras.

Materiais e métodos

Inquérito epidemiológico baseado na distribuição e no perfil do doador cadastrado para transplante de medula óssea no Brasil de 2015 a 2022. Realizado a partir de dados divulgados pelo Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Foi realizada uma análise comparativa dos dados obtidos, juntamente com pesquisa complementar em literatura recente.

Resultados

O transplante de medula óssea é um tratamento preconizado para diferentes doenças, e exige uma grande organização dos sistemas de saúde para identificação de um doador compatível e para cooperação entre diferentes serviços. No Brasil, o REDOME é o banco responsável por esta logística, sendo considerado o terceiro maior do mundo. Com base nos dados registrados de 2015 até o mês de maio de 2022, o registro dispõe de 5.522.346 doadores cadastrados, sendo 650 a média de pacientes em busca de doadores não aparentados. A faixa etária com maior número de cadastros é de 35 a 39 anos, representando 18,2% do total. Mulheres representam 57,1% dos doadores cadastrados. Doadores que se identificam como brancos correspondem a 53,9% dos cadastrados. Em relação à distribuição por região, observa-se que o maior número dos doadores encontra-se no Sudeste (44,1%), enquanto o menor número de doadores encontra-se no Norte (7%). A região Nordeste representa a terceira região com maior número de doadores (18,2%). Observou-se um aumento de 155.9% no número de cadastros de doadores voluntários entre os anos de 2010 a 2019. Já em 2018 e 2019, houve um crescimento de 12,9% do número de voluntários, enquanto em 2020 e 2021 esse acréscimo foi de 7,8%.

Discussão

Com os dados nacionais apresentados, é possível identificar um aumento significativo de cadastros de novos doadores entre 2010 e 2019. Esse aumento de novos cadastros acompanha o crescimento do número de transplantes de medula óssea no Brasil, observado a partir de dados fornecidos pelo Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Em 2019 e 2020, observou-se, como base em dados do RBT, uma redução no número de transplantes em relação aos anos anteriores, que pode ser associada à crise sanitária gerada pela pandemia da SARS-CoV-2. Neste sentido, destacam-se as dificuldades impostas pela pandemia à logística necessária para realização de transplantes de medula óssea, incluindo, possivelmente, impactos na realização de novos cadastros de doadores. A concentração de doadores cadastrados por região, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul, destaca a demanda de recrutamento de novos cadastrados nas outras regiões. A região Nordeste, em comparação, mesmo concentrando a segunda maior parcela da população brasileira, representa apenas a terceira região em número de doadores cadastrados. Assim, é premente a captação de novos doadores de populações subrepresentadas, garantindo maior variabilidade e capacidade de atender a população que carece desse procedimento.

Conclusão

O transplante de medula óssea é uma terapia que envolve uma logística complexa e bem alinhada para identificação de doadores compatíveis e realização do procedimento. Diante da complexidade imposta, destaca-se a importância de estratégias públicas para divulgação e acesso aos serviços de cadastro, a fim de aumentar o número de doadores voluntários cadastrados e, possivelmente, de procedimentos realizados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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